sábado, 27 de setembro de 2025
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. A bandeira do Nego, de 1930
Sérgio Botelho – Não teve vida fácil a adoção da bandeira rubro-negra da Paraíba, com a inscrição do termo Nego. Na Assembleia Legislativa, aprovação fácil, mas quando chegou nas mãos do governador Álvaro de Carvalho, veio o veto.
O desaguisado se mostrou na capa do A União de 25 de setembro de 1930. Bem na parte de cima do jornal, as razões de Estado expostas pelo governador que, apesar de se reafirmar epitacista (seguidor de Epitácio Pessoa), não aceitou a mudança.
O projeto da nova bandeira, que simbolizava mais um capítulo de exaltação à memória de João Pessoa, apresentava a nova insígnia paraibana dividida entre o preto (do luto) e o vermelho (da Aliança Liberal, partido ao qual pertencia o líder assassinado), e no centro a palavra Nego.
A expressão reproduz a rejeição do presidente paraibano, negando apoio à candidatura do paulista Júlio Prestes, à Presidência da República, que lhe havia sido encaminhada pelo então presidente brasileiro, Washington Luiz.
Em linhas gerais, Álvaro de Carvalho disse que o projeto representava “uma simples criação de partido” , que a bandeira de um estado deveria sintetizar “aspirações coletivas” e “símbolo de vida normal”.
Considerou ainda que a bandeira deveria expressar “a ambiência da alma do povo que a elege”. Enfim, que a palavra Nego não figurava no telegrama enviado pelo presidente João Pessoa ao presidente Washington Luiz.
Na mesma capa de A União, matéria lateral explicava com muito jeito que o veto governamental, apesar de categórico, como se percebe, apenas tinha o intuito de deixar a promulgação a cargo da própria Assembleia.
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