A Carta do Descobrimento

A Carta de Pero Vaz de Caminha, redigida em 1° de maio de 1500, constitui-se como um dos documentos mais relevantes para a compreensão do processo de descobrimento do Brasil. Endereçada ao rei Dom Manuel I, a carta tem como objetivo relatar à Coroa Portuguesa os principais acontecimentos ocorridos durante a expedição comandada por Pedro Álvares Cabral. No dia 22 de abril de 1500, a frota portuguesa avistou pela primeira vez as terras que futuramente seriam conhecidas como Brasil. O local foi descrito com admiração, destacando-se a exuberância da vegetação e a presença de um monte elevado. A aproximação dos portugueses ao território foi feita com cautela, e, nos dias subsequentes, realizaram-se os primeiros contatos com os povos indígenas. Os nativos foram retratados como homens e mulheres despidos, de pele parda, corpos proporcionais e feições agradáveis. Demonstraram curiosidade diante dos recém-chegados, embora inicialmente houvesse certa desconfiança mútua. A comunicação se deu, em um primeiro momento, por meio de gestos e sinais, devido à ausência de um idioma comum. Caminha descreveu minuciosamente os costumes, o comportamento e o modo de vida dos indígenas. Observou-se que não possuíam uma religião estruturada e viviam organizados em pequenos grupos. Essa simplicidade e pureza, segundo a visão dos portugueses, representavam uma oportunidade para a catequização cristã. A carta também registra a celebração de uma missa com a participação dos portugueses e dos indígenas, simbolizando a tomada de posse da nova terra em nome da Coroa Portuguesa e da fé cristã. Portanto, a Carta de Pero Vaz de Caminha não é apenas um valioso registro histórico do descobrimento do Brasil, mas também uma fonte etnográfica e cultural. Ela revela a mentalidade europeia da época, marcada pela missão civilizadora, pelo etnocentrismo e pelos interesses expansionistas do período das grandes navegações. Produção Textual desenvolvida pela aluna do 2°A Viviane Ferreira da Escola Estadual Senador José Gaudêmcio.