Dezessete anos depois, durante a estiagem de 1932, o cenário seria
agravado: além de uma seca ainda mais prolongada e rigorosa, os
conflitos entre os cangaceiros do bando de Lampião e as forças policiais
do estado e a influência social e política de Padre Cícero,
arrebanhando multidões de sertanejos, estimularam a existência de uma
leva ainda maior de retirantes. Para segregar os sertanejos e combater a
migração, foram erguidos sete novos campos de concentração, próximos às
linhas férreas. Os migrantes eram atraídos com promessa de trabalho -
principalmente para a Companhia Inglesa Norton Griffiths, que então
construía uma barragem no estado - mas negar não era opção. Os campos
foram erguidos na capital, Fortaleza, e nas cidades de Crato, Senador
Pompeu, Quixeramobim, Cariús, Pirambu, Quixadá e Ipu.
Os flagelados se alimentavam de punhados de comida oferecidos uma vez ao dia através de uma janela de um prédio adminstrativo. Não ganhavam dinheiro algum e viviam em barracas pequenas e sujas. Tinham de se vestir com sacos de farinha e eram obrigados a raspar os cabelos. Morriam aos montes - de fome, sede, estafa ou doenças. Mais de 90 mil pessoas ficaram aprisionadas nos campos durante mais de um ano - até a chuva voltar a cair no Sertão, em 1933. Quando foram libertados, milhares haviam perecido.
A história dos campos de concentração da seca é contada no documentário "Currais", de Sabina Colares e David Aguiar. Símbolos da desigualdade social e do preconceito, ruínas desses campos ainda subsistem no município de Senador Pompeu - onde desde 1982 ocorre anualmente a Caminhada da Seca (ou Caminhada das Almas) para lembrar e homenagear os que morreram nas prisões.
Os flagelados se alimentavam de punhados de comida oferecidos uma vez ao dia através de uma janela de um prédio adminstrativo. Não ganhavam dinheiro algum e viviam em barracas pequenas e sujas. Tinham de se vestir com sacos de farinha e eram obrigados a raspar os cabelos. Morriam aos montes - de fome, sede, estafa ou doenças. Mais de 90 mil pessoas ficaram aprisionadas nos campos durante mais de um ano - até a chuva voltar a cair no Sertão, em 1933. Quando foram libertados, milhares haviam perecido.
A história dos campos de concentração da seca é contada no documentário "Currais", de Sabina Colares e David Aguiar. Símbolos da desigualdade social e do preconceito, ruínas desses campos ainda subsistem no município de Senador Pompeu - onde desde 1982 ocorre anualmente a Caminhada da Seca (ou Caminhada das Almas) para lembrar e homenagear os que morreram nas prisões.
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