quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O impacto da expulsão dos terreiros de Candomblé do centro do Rio de Janeiro, no inicio do Século XX.

No inicio do Século XX, os terreiros de Candomblé(que eram abundantes) foram desapropriados do centro do Rio de Janeiro e tiveram que se realocar em outras localidades mais distantes.
Entre 1902 e 1906 o Rio de Janeiro, sob o comando do Prefeito Francisco Pereira Passos, adotou a política européia de modernização. Baseada nas reformas Francesas do final do Século XIX.
A política de modernização visava a estruturação do centro do Rio de Janeiro em largas avenidas e planejamentos habitacionais baseados no periodo da Belle Époque, o centro, que era repleto de cortiços, sofreu mudanças significativas, boa parte das moradias coletivas, que abrigavam a população pobre e negra(formada por ex escravos e imigrantes nordestinos) foram retiradas das regiões centrais e realocadas nos morros ou em localidades muito distantes. Dentro desse cenário, os terreiros de candomblé, que eram encontrados em abundância à época, sofreram o impacto da mudança.
Em fins do século XIX as religiões de de matrizes africanas faziam muito sucesso na cidade, suas crenças abrangiam boa parte da população negra e pobre e chegava até mesmo em membros da elites cariocas. Com a realocação as casas sofreram um intenso impacto, pois boa parte de seus integrantes e comunidade foram afastados. Além desses acontecimentos um dispositivo do contido no Art. 157 do Código Penal de 1890, que previa punição para a prática de “magia e afins”. Levou a polícia civil a fechar muitos terreiros antes das mudanças se concretizarem de fato.

Texto: Joel Paviotti
CARVALHO, M. M. Candomblés na belle époque carioca. ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, Fortaleza, 6p, 2009.
ROCHA., A. M. Os candomblés Antigos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 1994.

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