Luciano Marques, do Portal MEC
As escolas cívico-militares são instituições em que se busca
excelência no ensino com a presença de militares da reserva das Forças
Armadas. Eles atuarão como monitores para auxiliar na gestão
educacional. A organização didático-pedagógica, assim como financeira,
fica por conta dos civis.
O Ministério da Educação (MEC) tem o plano de implantar 108 novas
escolas cívico-militares no país até 2023. O projeto, que faz parte do Compromisso Nacional pela Edução Básica,
visa a um avanço na qualidade educacional com base no sucesso já
observado nas escolas militares funcionamento no Brasil — as
instituições têm Índice de Desenvolvimento de Educação Básica superior
ao das civis — 6,99, ante 4,94.
A implementação do modelo depende de demanda das secretarias de
Educação. Elas devem manifestar o interesse junto ao MEC e apontar quais
escolas poderiam receber o modelo de ensino.
Gestão – Segundo o subsecretário de Fomento às
Escolas Cívico-Militares (Secim) Aroldo Ribeiro Cursino, o compromisso
de implantar mais escolas cívico-militares está firmado em um tripé de
gestão: administrativa, educacional e didático-pedagógica.
“A educacional é a parte de comportamento e atitude do aluno. Para
isso, será criado um corpo de monitores, militares da reserva das Forças
Armadas que tenham experiência na área educacional do Exército”,
explica. “O trabalho desses monitores não será policial. Eles vão
trabalhar com o aluno a questão do comportamento adequado, como a não
prática do bullying com o colega, atitudes contrárias a vícios,
contrárias à violência, ou seja, permitir que o aluno tenha um ambiente
propício, adequado e seguro para poder aprender melhor”, diz.
Os professores civis são os responsáveis pela gestão da organização
didático-pedagógica, assim como a financeira. “O que ocorrerá é um
ajuste no processo, quando poderemos trabalhar com o docente ou com o
diretor da escola uma melhor maneira ou metodologia para a transmissão
do conhecimento”, ressalta Cursino.
As mudanças de uma escola civil para uma cívico-militar serão sutis,
mas suficientes para se alcançar a excelência observada em modelos
semelhantes. “Nada mais é do que um colégio limpo, pintado e com uma
estrutura para atender às necessidades didático-pedagógicas”, pontua o
subsecretário. “A parte do uniforme vamos apenas sugerir as peças de
roupa”.
Orçamento – A estimativa é de que o custo anual, por
escola, seja de R$ 1 milhão. O MEC deve repassar parte do orçamento das
escolas cívico-militares ao Ministério da Defesa, que vai destacar
cerca de 20 militares para cada mil alunos em uma escola.
Transição – Os militares que serão
destacados para atender à demanda da escola com novo modelo precisa se
ambientar, assim como os docentes e diretores. Para isso, a
subsecretaria vai realizar cursos para adequar o colégio ao projeto.
Adequação – O Brasil conta hoje com 203 escolas
cívico-militares. Esses modelos, no entanto, foram criados por cada
estado, a sua maneira. Cursino destaca que o objetivo é padronizá-las ao
jeito do MEC.
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