domingo, 23 de dezembro de 2018

Grigori Rasputin.

Uma das figuras mais enigmáticas que ficou atrelada à história do último imperador da dinastia Romanov foi sem dúvida Rasputin. Exercendo uma forte influência sobre o czar Nicolau II e, principalmente sobre sua esposa, a czarina Alexandra Feodorovna, o místico mujique é apontado por alguns historiadores, por exemplo Alain Frerejean, como o homem mais poderoso da Rússia nos últimos anos da dinastia.
A fama de assediar as mulheres acompanhou Rasputin durante toda sua vida, chegando a ser apontada como o motivo de aproximação com a czarina Alexandra. A afirmação não pode ser comprovada, mas a sua influência tem origem nas curas que realizou sobre Alexis, herdeiro de Nicolau II. Alexis era hemofílico, e as orientações de Rasputin para tratamentos distintos dos dados pelos médicos surtiam efeitos na melhora da criança. Tal situação proporcionou a ele grandes poderes políticos delegados pela czarina, chegando a assinar e transmitir petições de promoções e nomeações, além de, em alguns casos, nomear ministros.
A trajetória deste camponês pobre siberiano, que depois de ter afirmado ter visto a Virgem Maria no campo e iniciado uma peregrinação por mais de dez meses, passando por vários mosteiros, proporcionando um pequeno conhecimento da escrita e também de práticas rituais religiosas, causou forte oposição dos nobres da corte do czar, em decorrência do poder que exercia sobre a família real.
As ameaças de morte eram constantes e não tardou para que se colocassem em prática as intenções de acabar com Rasputin. Na noite de 29 para 30 de dezembro de 1916, o místico caiu em uma armadilha criada pelo príncipe Félix Iussupov, auxiliado pelo grão-duque Dimitri Pavlovitch, o deputado Purichkevitch, o tenente Sukhotin e o médico Lazovert. Em uma suposta festa na casa do príncipe, Rasputin sofreu algumas tentativas de envenenamento que não foram capazes de matá-lo, sendo os organizadores da ação homicida obrigados a alvejar de balas o mujique, e o jogar nas gélidas águas do Rio Neva, em São Petersburgo.
Dois dias depois encontraram o corpo mutilado e coberto de gelo, mas com as mãos erguidas, como se estivesse tentando se soltar das cordas que o amarravam. A autópsia do corpo indicou a presença de água no pulmão, que funcionou como um reforço à fama de místico, pois mesmo envenenado e alvejado, a causa de sua morte havia sido o afogamento e o frio.
Suas últimas conversas com Nicolau II apontava para o perigo de desmoronamento da monarquia russa com as consequências da participação na I Guerra Mundial, e das disputas pelo poder existentes na corte. Meses após sua morte, a dinastia dos Romanov foi derrubada na Rússia, iniciando a revolução que resultou na formação da URSS.

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