domingo, 2 de dezembro de 2018

Donga, João da Baiana, Valdemar Melo, Pixinguinha, Ataulfo Alves e Alfredinho Flautim observam o ator e produtor Zilco Ribeiro, à época do espetáculo "O samba nasce no coração", em 1955. Era parte do Grupo Velha Guarda, organizado por Almirante, em cena na boate Casablanca.

No livro "A noite do meu bem: A história e as histórias do samba-canção", o jornalista Ruy Castro descreveu espetacularmente a estreia de "O samba nasce no coração":
"Era a volta triunfal daqueles fundadores do samba, depois de anos de esquecimento. O texto era de Meira Guimarães, sobre uma ideia de Sergio Porto. Na primeira noite, assim que Pixinguinha entrou em cena com seu sax-tenor, Benedito Lacerda, velho amigo, levantou-se na primeira fila, já de flauta em punho, e tocou em dueto com ele, como faziam nos anos 40. Delírio na plateia. Lucio Rangel, ao entrar, arrancara a caricatura de Pixinguinha por Lan, pregada na porta, e passou a noite beijando-a e atirando beijos para o palco. Os irmãos Marinho (Roberto, Rogério e Ricardo), de O Globo, aplaudiam em uníssono. Almirante tomava notas. Ary Barroso apenas chorava. Ao fim do show, Paulo Bittencourt, do Correio da Manhã, também beijou respeitosamente as mãos de Pixinguinha. Todos os artistas sentiam-se reconhecidos - era como se a Praia Vermelha de 1955 fosse de novo a praça Onze de 1917 ou o Estácio de 1927, e 'Pelo telefone' e 'Se você jurar' estivesse sendo ouvidos pela primeira vez".
O espetáculo não duraria tanto tempo, já que estreou em momento de grande instabilidade política que resultou na morte de Getúlio Vargas e o fechamento da Praia Vermelha com tranques e canhões.
Hoje, Alfredinho Flautim completaria 133 anos. Fica aqui nossa homenagem a mais esse ilustre personagem nascido em Juiz de Fora e criado na Zona do Agrião do Catumbi. Foi no bairro que teve aulas e virou amigo de Alfredo da Rocha Viana, pai de Pixinguinha, e uma espécie de irmão mais velho do filho.
Crédito: Coleção Almirante - Acervo MIS.

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