A lavadeira e empregada doméstica, Clementina de Jesus se tornou figura importante n
o
resgate da cultura musical negra, desenvolvida no período da
escravidão. Suas músicas eram baseadas no resgate das canções entoadas
pelos escravos nas labuta dos cafezais e canaviais, apesar de ser devota
da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, seus cantos citavam
referências ao candomblé e demais religiões de matrizes africanas,
mostrando o sincretismo cultural tão peculiar em nosso país. Nos anos
60, quando o país ainda passava pelo frenesi causado pela Bossa Nova e a
Jovem Guarda, Clementina se destacou como um símbolo da música negra de
raiz. Aprendeu com sua mãe, ex escrava, ritmos como jongos, curimãs,
caxambus, lundus e incelenças e ajudou a popularizar o samba partido
alto, proveniente da umbigada, requer capacidade de improvisação do
interprete.
Nunca foi uma grande vendedora de discos, frequentava
rodas de samba pelo Rio de Janeiro, não conseguiu enriquecer pela
música, mas influenciou significativamente músicos importantíssimos como
Paulinho da Viola, Milton Nascimento, João Bosco e Alceu Valença.
"Ô, marinheiro marinheiro
Marinheiro só
Ô, quem te ensinou a nadar
Marinheiro só
Ou foi o tombo do navio
Marinheiro só
Ou foi o balanço do mar
Marinheiro só"
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