Houve um caso semelhante nas ilhas da Banda, que ficavam ali perto e
eram a fonte de noz-moscada e macis. De início os holandeses convenceram
os habitantes a assinar um documento concordando em não vender suas
especiarias para mais ninguém, mas eles continuaram a fazê-lo
normalmente, provavelmente por desconhecer o teor do que haviam
assinado. Vendiam, em especial, para os ingleses, que haviam
estabelecido uma base na Ilha de Run, um pouco a oeste. Uma tentativa
holandesa de construir um forte nas Bandas em 1609 provocou uma disputa
com os nativos; um grupo chefiado por um almirante holandês que chegara
para negociar foi dizimado pelos bandaneses, com o apoio dos ingleses.
Os holandeses retaliaram apoderando-se das Bandas, construindo dois
fortes e reivindicando outro monopólio sobre as especiarias.
Aldeias foram incendiadas e os habitantes foram mortos, expulsos ou vendidos como escravos. Os chefes das aldeias foram torturados e depois decapitados pelos samurais mercenários da VOC, trazidos do Japão, onde os holandeses eram os únicos europeus com permissão para negociar. As ilhas foram então divididas em 68 lotes, abastecidos com escravos e arrendados a ex-empregados da VOC. As condições eram brutais — os trabalhadores nos lotes de noz-moscada eram executados de uma variedade de maneiras horripilantes pela mais insignificante transgressão —, mas agora o fluxo das especiarias mais valiosas estavam em mãos holandesas.
Os lucros do comércio de especiarias ajudaram a custear a “Idade de Ouro” da Holanda do século XVII, um período em que esse país ficou à frente do mundo no comércio, na ciência e na inovação financeira, e a abastada classe mercantil patrocinou artistas como Hals, Rembrandt e Vermeer.
Uma história comestível da humanidade, de Tom Standage
Aldeias foram incendiadas e os habitantes foram mortos, expulsos ou vendidos como escravos. Os chefes das aldeias foram torturados e depois decapitados pelos samurais mercenários da VOC, trazidos do Japão, onde os holandeses eram os únicos europeus com permissão para negociar. As ilhas foram então divididas em 68 lotes, abastecidos com escravos e arrendados a ex-empregados da VOC. As condições eram brutais — os trabalhadores nos lotes de noz-moscada eram executados de uma variedade de maneiras horripilantes pela mais insignificante transgressão —, mas agora o fluxo das especiarias mais valiosas estavam em mãos holandesas.
Os lucros do comércio de especiarias ajudaram a custear a “Idade de Ouro” da Holanda do século XVII, um período em que esse país ficou à frente do mundo no comércio, na ciência e na inovação financeira, e a abastada classe mercantil patrocinou artistas como Hals, Rembrandt e Vermeer.
Uma história comestível da humanidade, de Tom Standage
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