segunda-feira, 9 de julho de 2018

O educador Paulo Freire e a experiência de Angicos.

Freire conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores em 40 horas, no que é considerado o processo de alfabetização mais efetivo da história da aprendizagem humana, na pequena cidade de Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, em 1963.
Freire acreditava na educação e alfabetização através do diálogo, do aprender a ler o mundo antes de ler as palavras. Ele percebeu que adultos tinham dificuldades para aprender a ler pois os métodos usados na época se afastavam da realidade em que os trabalhadores estavam inseridos.
Desenvolveu então um método de aprendizagem das palavras e seus significados através do valor que elas tinham no mundo dos sujeitos. Trabalhadores do campo, por exemplo, aprendiam a escrever palavras como enxadas, tijolos, terra, agricultura, exploração. E a cada palavra aprendida o pedagogo iniciava com seus alunos diálogos críticos sobre os significados desses termos, fixando dessa forma, a formação de frases e a reflexão sobre os significados delas na vida e no trabalho dos alunos.
Em maio de 1963, houve a primeira greve em Angicos. Os fazendeiros chamavam a experiência de Paulo Freire de “praga comunista.” As 40 horas de alfabetização mostraram ao Brasil que a educação para jovens e adultos era possível e que o desenvolvimento do pensamento critico entre a classe oprimida causava resistência entre a classe que dominava a política e economia do país.
Em 1964, com a Ditadura Militar, Freire foi expulso do país e seu trabalho foi substituído pelo MOBRAL(Movimento Brasileiro de Alfabetização), um projeto de alfabetização a partir de práticas tradicionais, como uso de cartilhas.
Paulo Freire é reconhecido mundialmente e seus textos estão entre os escritos mais lidos na pedagogia mundial. O Patrono da Educação Brasileira ganhou um monumento em Estocolmo e é até hoje venerado por muitos e vilipendiado por outros tantos. É o brasileiro mais homenageado da história: ganhou 29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986
Como dizia: Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.

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