Veja a história da incrível Independência da Venezuela, que foi o
primeiro país independente da América Latina e inspirou todos os outros
A Venezuela foi a primeira colônia latino-americana a conseguir
libertar-se do domínio espanhol, e a história de sua independência
serviu como um incentivo para todas as outras colônias rebelarem-se e
lutarem também por sua liberdade – inclusive o Brasil, que era colônia
portuguesa na época. Acompanhe um resumo desta impressionante história
para entender melhor como ocorreu a Independência da Venezuela.
Independência da Venezuela – Como tudo começou
Desde o descobrimento das Américas, os espanhóis vinham explorando
economicamente todas as suas colônias. Na Venezuela não era diferente,
eles utilizavam a mão de obra escrava vinda da África para a plantação
de cacau e café. Por isso, qualquer movimento de independência seria
facilmente aceito por lá.
Existia uma loja maçônica com sede em
Londres chamada “Logia Gran Reunión Américana”, que estava fazendo
planos para iniciar movimentos de independência no continente. Entre os
grandes pensadores liberais da loja estavam Francisco de Miranda, Simón
Bolívar, José de San Martín e Bernardo O`Higgins. Eles foram para as
colônias americanas tentar conseguir o apoio da população para a
revolta. Desembarcaram na cidade de Coro, Venezuela, e começaram a
espalhar os pensamentos liberais.
Inicialmente a elite
venezuelana não concordava com a revolução, pois assim como todas as
elites de todas as colônias, ela era privilegiada pelo atual modelo
político-econômico, a colônia. Então a elite começou a perseguir os três
líderes revolucionários e em apenas 10 dias depois de chegarem na
Venezuela, eles tiveram que fugir.
Início da revolução
Quando
Napoleão Bonaparte aprisionou o rei espanhol Fernando VII e o depôs de
seu cargo, a elite venezuelana começou a ficar com medo de perder seus
privilégios e aproveitaram a brecha da crise espanhola para tentar
assumir o poder. Juntos, formaram um grupo político chamado Os
Patriotas, enquanto surgiu um grupo de resistência, Os Realistas,
formado por comerciantes e espanhóis residentes na Venezuela, que
possuíam interesses em que a colônia continuasse pertencendo à Espanha.
Simón Bolívar retornou então para a Venezuela e juntou-se aos patriotas
que o haviam expulsado anteriormente, e tornou-se o líder do movimento
de revolução. Foi mandado um novo governador para a capitania da
Venezuela, Simon Emparan. Com toda a crise espanhola, os venezuelanos
não conseguiam saber se Emparan era um representante espanhol legítimo
ou se estava aliado aos franceses, que na época ainda continham o poder
sob a Espanha. Então, por via das dúvidas, os patriotas criaram uma
junta governativa e forçaram Simon Emparan a renunciar a seu cargo. A
junta declarou-se fiel a Fernando VII, e com isso conseguiu o apoio da
população para afastar de seus cargos governamentais todos os outros
espanhóis, alegando que eles também foram mandados lá pelos franceses.
Quando a Espanha descobriu o que estava acontecendo na colônia,
resolveu então bloquear os portos venezuelanos. Isso causou uma imensa
revolta, e então a junta governativa deixou cair sua máscara, assumiu-se
contra o domínio espanhol e iniciou a luta pela independência.
A liberdade
Em julho de 1811, a junta governativa de Caracas (formada pelos
patriotas) decretou o Ato de Independência, que foi liderado por
Cristóbal Mendonza. Bolívar convocou novamente Fernando de Miranda para
assumir o controle sob o exército venezuelano, e acabou dando início a
uma ditadura militar. Mas a Espanha teve uma reação bastante violenta
para estes atos, e prevendo um banho de sangue, Miranda acabou assinando
em julho de 1812 a rendição dos revolucionários.
Os patriotas,
ainda liderados por Simón Bolívar, consideraram o ato de Francisco de
Miranda uma traição, e por isso o prenderam. Permitiram que a Espanha
assumisse o controle sobre a colônia novamente, e Bolívar exilou-se na
Colômbia. Mas lá ele ficou preparando-se para contra atacar com ainda
mais força. Em 1813, ele voltou para a Venezuela, invadiu e deu início a
última batalha de independência. Com a ajuda da população, ele tomou a
capital, Caracas, do domínio Espanhol e então foi nomeado Presidente da
Venezuela, aclamado pelo povo como “El Libertador”.
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