terça-feira, 1 de maio de 2018

AS EXPEDIÇÕES NOTURNAS DO REI LOUCO DA BAVÁRIA

Poucos monarcas suscitam tamanhos debates e opiniões contraditórias quanto Ludwig II, Rei da Bavária. Seu legado é enorme, principalmente nas áreas da arquitetura e da música. Foi o rei dos contos de fada, dos castelos magníficos e a encarnação do mítico cavaleiro medieval das antigas lendas alemãs.
Na corrida pela liderança na unificação alemã, Ludwig II se utilizou da arte para rivalizar com as armas da Prússia, a potência do norte. Buscou reviver o ideal romântico da idade média. Falhou.
Era excêntrico, melancólico, depressivo, artístico, obcecado pelo ideal de beleza. Apenas louco, segundo a opinião de muitos. Antissocial, Ludwig não tolerava sequer a presença de seus criados. Odiava se mostrar em público. Seus palácios tinham mecanismos que consistiam em elevadores de mesas, para que suas refeições fossem dispostas previamente nas cozinhas e depois elevadas até os seus aposentos.
Um dos hábitos mais curiosos e polêmicos do monarca era trocar o dia pela noite. Apaixonado de tal forma pelo Rei Sol, seu modelo de governante, que quis construir uma réplica do Palácio de Versalhes, não tardou para que ele passasse a ser chamado de “Rei Lua”.
E uma de suas atividades favoritas no inverno consistia em dar longos passeios noturnos de trenó pelos Alpes do sul da Bavária. Ludwig tinha trenós magníficos, um deles adornado com querubins dourados e luminárias. Nessas expedições, era comum que Ludwig se vestisse com roupas históricas de séculos anteriores, da mesma forma que os personagens retratados nas paredes de seus palácios e cujas vidas ele tentou imitar no esforço de reviver uma Alemanha para sempre perdida no tempo.

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