Servindo como um agente de inteligência e entrando, aos 22 anos, na
Segunda Guerra Mundial a partir do ano de 1944, Onoda tinha sido
colocado em ação em Lubang, uma pequena ilha nas Filipinas. Após os EUA
invadirem e retomarem as Filipinas, o tenente recebeu as ordens de seus
superiores para recuar em direção ao interior da ilha, defendendo o território das forças aliadas até o Exército japonês retornar.
As ordens foram: "Você está absolutamente proibido de morrer pelas suas
próprias mãos. Pode levar 3, 5 anos, mas aconteça o que acontecer, nós
voltaremos para resgatar você. Até lá, contanto que você tenha um
soldado, você continuará liderando-o."
Assim, Onoda começou sua
campanha, inicialmente com 3 soldados. Para sobreviver, ele roubava
arroz e bananas de moradores locais, além de abater vacas para obter
carne.
Chegando ao fim de 1945, panfletos avisando que a guerra
tinha acabado e que o Japão tinha sido derrotado até chegaram nas mãos
de Onoda. Porém, este, e seus soldados aliados, não acreditaram,
pensando que isso era coisa do inimigo para enganá-los.
Eventualmente, com o passar dos anos, outros anúncios do tipo chegaram até eles, mas sem sucesso em convencê-los.
Durante a estadia nas florestas da ilha, eles acabaram entrando em
conflito com os moradores locais e com a força policial filipina, o que
gerou a morte de inocentes e de dois dos seus soldados, sendo que um
tinha se rendido às forças filipinas em 1949.
Só então, em 1974,
pessoas o reconheceram - durante uma busca particular - e o Major
Yoshimi Taniguchi, quem tinha dado a ordem de permanência à Onoda, foi
ao seu encontro nas Filipinas para, finalmente, libertá-lo do seus
serviços. Onoda entregou sua katana (em suas mãos, na foto), seu rifle
Type 99, 500 cartuchos de munição, várias granadas de mão e sua adaga
dada de presente pela sua mãe (a qual tinha como objetivo ser usada no
seu suicídio caso fosse capturado).
O governo filipino, após entender o mal entendido, resolveu perdoá-lo pelos crimes de combate.
A mídia cobriu bastante o fato e no Japão o povo o recebeu com muita
alegria, ressaltando seu espírito de comprometimento militar. Onoda
acabou se casando em 1976 e até veio ao Brasil assumir um papel de
liderança na Colônia Jamic, uma comunidade japonesa aqui em Terenos, no
Mato Grosso do Sul. Retornou ao Japão em 1984, onde morreu de problemas
cardíacos em 2014.
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