quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A História da educadora Dorina Nowill, a mulher que dedicou a vida à educação para pessoas cegas.

Dorina Nowill nasceu na cidade de São Paulo, em 1919. Filha da classe médica paulistana ficou cega aos 17 anos de idade em virtude de uma hemorragia decorrente de uma infecção ocular. Mesmo sem a visão conseguiu ingressar e se formar no Magistério. Militante do ensino para cegos, conseguiu a base de de muita negociação com os dirigentes da Escola, convencer a instituição a instalar o primeiro curso de formação de especialistas em ensino para cegos do país, curso em que foi primeira formanda e professora.Naquela época livros e materiais em braille eram raríssimos no Brasil, para se especializar e realizar o sonho de incluir cegos na educação formal, Dorina conseguiu uma bolsa na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, paga pelo próprio governo Americano.
De volta ao Brasil, Dorina se concentrou na criação da primeira imprensa para cegos do país: A Fundação Dorina Nowill, que passou a editar livros, materiais didáticos e obras clássicas da literatura mundial em braille ou em audiobook, além de oferecer cursos de especialização em educação para cegos para professores e crianças deficientes visuais.
A educadora também se voltou à regulamentação da educação para cegos. Na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, ela foi a responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos e em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei. Nessa mesma época, entre 1961 a 1973, ela dirigiu em Brasília o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação, bem como realizou programas e projetos que implantaram serviços para cegos em diversos estados da nação, além de eventos e campanhas para a prevenção da cegueira.
Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, Dorina foi convidada e discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas como representante brasileira, sua fala versou sobre a importância da inclusão de pessoas com deficiência para atingir uma educação mais igualitária, foi aplaudida de pé por mais de 150 representantes de diversos países.
O trabalho de Dorina não se ateve apenas a educação, sua fundação e suas pesquisas contribuíram para desenvolvimento de técnicas e métodos de reabilitação, treinamento e profissionalização de pessoas que possuíam visão mas ficaram cegas após fatalidades como acidentes e doenças.
Dorina Nowill faleceu aos 91 anos, vitima de uma parada cardíaca. A fundação que leva seu nome ainda hoje é a maior editora de material em braille do Brasil e uma dos maiores e mais respeitados centros de educação para cegos no mundo.
No final da vida, a educadora costumava colocar em seus discursos a seguinte frase:

“O bem estar de todos os membros da sociedade, sem exceções, é o que faz de um país um povo civilizado”
Referência: site Fundação Dorina Nowill/ acessibilidade Brasil/ wikipédia

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