A defesa da paz no mundo era a sua grande causa, o que lhe valeu o
Prêmio Nobel da Paz, em1964, tornando-se a pessoa mais jovem a receber
tal distinção – com 35 anos apenas.
Luther King nasceu numa
sociedade racista, com episódios que geraram revoltas. A prisão de uma
mulher negra, em 1955, por se ter negado a dar o seu lugar no autocarro a
uma mulher branca é um dos exemplos desses inúmeros casos de segregação
racial, contra os quais Martin Luther King lutou.
Essa defesa
dos direitos humanos gerou ódios, que por sua vez levaram a ataques e
atentados à vida contra o próprio Luther King. Em 1963, um ano antes de
ser galardoado com o Nobel da Paz, faz um dos mais marcantes discursos
da história da humanidade: “Eu Tenho um Sonho”, em março de 1963, em
frente ao Memorial Lincoln, em Washington.
Organizou marchas para
conseguir o direito ao voto, além de outros direitos civis básicos, bem
como o fim da segregação e das discriminações no trabalho. A sua
batalha por esses direitos resultou na consagração nas Leis
norte-americana de Direitos Civis (1964) e de Direitos Eleitorais
(1965).
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas
do Sul, sentimento que levou à sua morte, a 4 de abril de 1968, data em
que foi assassinado num hotel de Memphis, momentos antes de uma marcha.
Está sepultado no Centro Martin Luther King Jr., em Atlanta.
Os
EUA homenageiam todos os anos esta figura incontornável da história
norte-americana: desde 1986, foi estabelecido um feriado nacional no Dia
de Martin Luther King, que se assinala na terceira segunda-feira de
janeiro, data próxima ao aniversário de King.
A luta de um homem contra a segregação racial e pela conquista dos direitos civis dos negros
Há 52 anos, no dia 28 de agosto de 1963, o líder negro, pastor e
ativista político norte-americano, Martin Luther King Jr, uma das
maiores personalidades da história da humanidade no século XX, ardoroso
na luta pela erradicação das injustiças sociais em seu país e no mundo,
proferiu um eloquente discurso para 250 mil pessoas no Lincoln Memorial
em Washington para comemorar os 100 anos do fim da escravidão no país.
Esse discurso fazia parte de sua luta e da campanha do presidente John
Kennedy pela aprovação do projeto de lei dos direitos civis nos Estados
Unidos, a “marcha para Washington por trabalho e liberdade”. Esse é o
mais famoso discurso de Luther King e é conhecido como: "I have a dream"
(EU TENHO UM SONHO), e simboliza a visão de um mundo mais justo e
fraterno pelo qual Luther King lutou de forma pacífica.
Em
determinado trecho do discurso ele fala: “Eu tenho um sonho de que meus
quatro filhos pequenos um dia viverão numa nação onde não serão julgados
pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. Após 17
minutos de oratória, num poderoso discurso em nome da justiça, da
liberdade e da igualdade de direitos ele transformou a causa racial nos
Estados Unidos numa causa universal e entrou para a história.
Martin Luther King Jr. nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta, sul
dos Estados Unidos e região mais radical do segregacionismo, filho e
neto de pastores, cresceu em um ambiente de fortes convicções políticas e
religiosas, frequentou escolas públicas onde havia segregação racial,
foi um aluno brilhante; se formou no colegial aos 15 anos e concluiu a
faculdade aos 19, nesse mesmo ano tornou-se pastor batista, formou-se em
teologia pelo seminário teológico Cruzer, se graduou em sociologia na
conceituada faculdade negra Morehouse College, foi nessa época que pela
primeira vez entrou em contato com a vida e obra de Mahatma Gandhi.
Em 1955 concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston,
onde conheceu Coreta Scott, uma estudante de música, com quem se casou,
em 1953 e teve quatro filhos. Luther King lutou pela paz e pela
igualdade entre negros e brancos, através da filosofia do protesto não
violento inspirado nas ideias do líder indiano Mahatma Gandhi, chegando a
visitar a Índia, em 1959, a convite do Primeiro Ministro indiano,
Jawaharal Nehru, para estudar as formas de protestos pacíficos de
Gandhi.
Desta forma, Martin Luther King compreendeu melhor o
significado do “Satyagraha”, princípio de persuasão não violenta de
Gandhi e, com determinação, ele utilizou a arma da revolta/resistência
não violenta, como instrumento de protesto social, pela primeira vez na
história em solo americano. Anos depois, ele afirmou: “Gandhi era a luz
que nos guiava no nosso propósito de transformação social pela via da
não violência.”
Na década de 50, a situação dos negros, no sul
dos Estados Unidos, era deplorável: eles eram frequentemente humilhados e
agredidos. Eram proibidos de frequentar espaços públicos, restaurantes e
bibliotecas. Não podiam ir às escolas dos brancos; também não tinham o
direito de votar.
Nos transportes coletivos, os negros tinham
que ocupar as últimas cadeiras dos ônibus e ceder os seus lugares para
os brancos que estivessem de pé. Diante dessa situação, Luther King
proferiu a seguinte frase:
“Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a viver como irmãos”.
Em 1955, aconteceu um incidente que levou a figura de King a ser
associada com a luta pelos direitos civis. Foi o episódio conhecido como
“milagre de Montgomery”, considerado o marco inicial de sua luta pelos
direitos civis, pois acendeu a chama da indignação, incendiando a vida
de milhares de mulheres e homens negros em todo o sul dos Estados
Unidos.
O acontecimento envolve a passageira negra Rosa Parks,
que se recusou a ceder o lugar no ônibus para um branco e foi presa, por
desacato às leis segregacionistas.
O episódio coloca a questão
racial em debate nacional. King, Presidente da Associação para o Avanço
de Montgomery (MIA), liderou o boicote aos ônibus por mais de um ano. Em
fevereiro de 1956, dois meses após o incidente, o advogado da MIA
entrou com um processo no Tribunal Federal contra a lei de segregação
nos ônibus e o Tribunal decretou a inconstitucionalidade da lei que,
depois, foi confirmada pela Suprema Corte.
Com a vitória da
resistência pacífica, King se tornou um líder respeitado e, desse
momento em diante, a luta pela igualdade de direitos tornou-se o
principal foco da sua vida. No decorrer dos protestos em que participou,
ele foi preso 15 vezes, explodiram bombas em sua casa e muitas ameaças
foram feitas contra sua vida, mas ele nunca se envergonhou pelo tempo
que passou na prisão.
A respeito desse acontecimento ele falou:
“Se envergonhava sim, da sociedade que construíra cadeias para encerrar
aqueles que lutavam em favor da justiça e da igualdade entre todas as
pessoas, quer fossem brancas ou negras”.
Luther King
utilizou as “marchas da liberdade” para chamar a atenção da opinião
pública contra a discriminação racial, pois, ele percebeu que as
manifestações organizadas e não violentas contra o sistema de segregação
racial, predominante no sul dos Estados Unidos, atacadas violentamente
por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma
opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis.
E,
na verdade, essa foi a ação fundamental que fez do debate, acerca dos
direitos civis, o principal assunto político nos Estados Unidos, a
partir do começo da década de 60.
Em 1957, King ajudou a fundar e
tornou-se líder da Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC),
organização que objetivava acabar com as leis de segregação racial,
através das manifestações e boicotes pacíficos. Em 1960, King deixou
Montgomery e se mudou para Atlanta, onde trabalhou como pastor,
juntamente com o pai.
Na década de 60, ele liderou protestos em
diversas cidades americanas contra a segregação em lugares públicos,
como hotéis, escolas, bibliotecas, restaurantes, etc.
A Marcha
para Washington serviu como último passo em direção da promulgação da
lei dos direitos civis, em 1964, que proibiu a segregação racial em
locais públicos. Em 14 de outubro de 1964, aos 35 anos, Martin Luther
King recebe o Prêmio Nobel da Paz, sendo o mais jovem ganhador desse
prêmio, em função de seu trabalho de combate pacífico do preconceito
racial nos Estados Unidos.
Os protestos organizados por King
continuaram. Em 1965, ele liderou uma nova marcha, que culminou na
aprovação da lei que concedeu o direito de voto para os negros. Em 1967,
ele fez vários discursos protestando contra a participação dos Estados
Unidos na guerra do Vietnã. Em 1968, organizou a campanha dos pobres,
pregando a justiça social e econômica.
Na manhã do dia 4 de abril de 1968, King foi assassinado.
O seu assassinato foi visto por muitos como seu destino inevitável.
King possui uma frase que ilustra esse momento: “Se você não está pronto
para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver”.
Martin Luther King morreu, mas suas palavras, seu trabalho e sacrifício
moldaram os Estados Unidos. Sua atuação social e política foram
fundamentais nas mudanças das leis civis americanas nas décadas de 50 e
60.
As leis segregacionistas caíram dando lugar a uma legislação
mais justa, fraterna e igualitária. Embora sua atuação tenha sido nos
Estados Unidos, seu exemplo de inteligência, coragem e liderança na luta
pacífica por igualdade influenciou todo o mundo, tanto que até hoje ele
é lembrado nos quatro cantos do mundo como símbolo da luta pacífica
pelos direitos civis.
Sua luta significou um marco histórico pela
paz e na defesa dos direitos civis de toda a humanidade. Seu legado
influenciou o fim do Apartheid na África do Sul e permitiu a ascensão do
primeiro presidente negro nos Estados Unidos da América. Seus ideais se
espalharam por todo o mundo e foram adotados inclusive no Brasil, como é
o caso do sistema de cotas e bolsas para minorias.
Os que
acompanharam a sua atuação social e política afirmam que Martin Luther
King tinha uma profunda convicção de que a obra em que estava engajado
era muito maior do que ele mesmo e isso fez dele um símbolo para todas
as pessoas que em qualquer lugar do mundo lutam pela superação de todas
as formas de exclusão e descriminação.
A obra de sua vida é e
sempre será uma referencia maior onde quer que homens e mulheres estejam
comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e
solidária.
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