quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O Órfão da Nação.

"Madrugada alta de 2 de dezembro de 1825. A corte
do Rio de Janeiro acordou com o estrondo das salvas em
fortalezas e navios. Nascera às duas e meia o príncipe- herdeiro de todas as esperanças nacionais, ou ao menos das elites brasileiras, tão preocupadas com o fantasma do desmembramento do país. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga era um nome tão grande quanto as aspirações que giravam em torno desse “pequeno príncipe” de 58 centímetros. O imperador vinha ao mundo antes do menino, ou parafraseando Roberto Da Matta: “D. Pedro II não nasceu, foi fundado; tornou-se patrimônio nacional”; já nasceu como “um rei autóctone”.
O herdeiro do trono trazia no nome, assim como seu pai, a
homenagem ao santo padroeiro: Pedro de Alcântara. A Casa de Bragança era devota de certos santos e entre eles estava esse, um santo de origem espanhola, sempre associado aos doentes e canonizado logo após a Contra-Reforma.
Com efeito, a Imperatriz D. Leopoldina e D. Pedro I já tinham quatro filhas e “imploraram aos céus” para que daquela
vez viesse o tão esperado varão. Depositavam-se nele as
esperanças de continuidade do recém-fundado Império."
Fonte: As Barbas do Imperador, Lilia Schwartz.

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