sexta-feira, 28 de abril de 2017

O ritual canibal dos tupinambás

Os exploradores e missionários da época do descobrimento fizeram vários relatos sobre antropofagia entre os tupis, etnia que ocupava todo o litoral brasileiro. Eles se dividiam em duas culturas rivais, os tupinambás e tupiniquins. Os primeiros eram aliados dos franceses, os segundos, dos portugueses. Viviam em guerra e tratavam os cativos europeus da mesma maneira que seus adversários indígenas: como alimento para corpo e espírito, em sua interpretação de que, ao comer um guerreiro, se absorvia sua força.
O ritual antropofágico foi descrito em detalhes pelo mercenário alemão Hans Staden, que naufragou na costa de São Paulo em 1550, foi pego pelos tupinambás, e presenciou todo o processo.
O próprio Staden estava destinado a virar almoço, mas conseguiu, a muito custo, convencer os tupinambás de que não era um português e até ficar amigo deles. Ele é a fonte principal desta matéria.
Um parêntesis importante aqui: alguns historiadores questionam toda a narrativa da antropofagia como uma construção colonialista. Ou ao menos alguns detalhes dela, como toda essa parte do sexo. Não há ritual semelhante em nenhum grupo indígena atual - o mais perto são os ianomâmis, que consomem seus entes queridos na forma de cinzas.

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