domingo, 26 de março de 2017

Pesquisa genética revela que DNA de índios botocudos é da Polinésia

Na época da colonização portuguesa, diversos grupos indígenas que ocupavam as regiões onde hoje se encontram os estados de Minas Gerais e Espírito Santo receberam o nome genérico de “botocudos”, em referência aos botoques que utilizavam para ornamentar o rosto – aqueles grandes discos de madeira que alargavam a boca e as orelhas. Apesar de terem sido muito numerosos naquela época, hoje estão praticamente extintos.
"As versões de apostila dos eventos da colonização humana precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos"
Anna-Sapfo Malaspinas, autora da pesquisa
Um artigo publicado na última quinta-feira (23/10) na revista Current Biology revelou os resultados obtidos a partir de testes genéticos realizados nos crânios de dois índios botocudos, que viveram por volta de 1800. Os pesquisadores não encontraram no DNA nenhum traço de ancestralidade de americanos nativos, mas sim de grupos originários da Polinésia.
“As populações humanas primitivas exploraram extensivamente o planeta”, disse a autora Anna-Sapfo Malaspinas ao site EurekAlert. “As versões de apostila dos eventos da colonização humana – o povoamento das Américas, por exemplo – precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos”, afirmou. A pesquisadora também colaborou com outro artigo publicado na mesma edição do periódico que oferece uma explicação embasada na genética e na arqueologia ao mistério dos genes polinésios dos botocudos do Brasil.

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