Lá pelas tantas invade o salão um destacamento do Exército, que se posicionou em frente ao palco e o jovem tenente que comandava ordenou que a banda executasse o Hino Nacional.
Tensão geral! Ninguém entendeu o porquê da medida, e depois do ocorrido, o que se comentava é que “eles” pretendiam acabar com a festa, pois um “conjuntinho de jovens roqueiros não saberia executar o Hino”. É verdade que na época proliferavam bandas de Rock cujos músicos não tiveram uma iniciação musical, aprendendo a tocar violão “de ouvido”. Uns poucos tinham algum conhecimento formal de música, sobretudo os que contavam com organista, que tivera iniciação musical, pelo piano ou acordeão.
Enganaram-se! O Hey Bulldog contava com um organista (eu) que estudara piano desde os 6 anos e também um guitarrista autodidata que tinha um ouvido absoluto.
Enquanto o cantor da banda anunciava ao microfone que iríamos executar o Hino Nacional “a pedido” do destacamento do Exército, fizemos um rápido ensaio para instruir o baixista, o guitarra base e o baterista.
Não nos limitamos a tocar o Hino a partir da letra. Começamos com a lindíssima e extensa introdução, sob os aplausos e assovios da platéia, que cantou junto o Hino e ao final ovacionou-nos.
O destacamento, ao se retirar em fila indiana, também foi “homenageado” com uma extensa e estrepitosa vaia. Foram buscar lã e saíram tosquiados!
Nunca esquecerei esse dia!
Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

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