segunda-feira, 20 de maio de 2019

REVOLTA DA CHIBATA.

"A guarnição do couraçado S. Paulo aguardando a communicação da amnistia e as ordens do marinheiro chefe da revolta, sobre a entrega do navio ao commandante legal nomeado pelo governo."
Publicação de 25 de novembro de 1910, Revolta da Chibata. A revolta durou de 22 de novembro a 26 de novembro de 1910. Comandando o encouraçado São Paulo estavam os marinheiros Manoel Gregório do Nascimento e André Avelino (o “Pau de Lira”).
A República e a Marinha de Guerra, humilhadas, assinaram uma anistia em 26 de novembro de 1910. Anistia essa que a Marinha não tinha intenção de cumprir. Na noite de 26 de novembro, oficiais embarcaram nos encouraçados para tirarem as culatras dos canhões, com medo de uma nova revolta e, em menos de 48 horas depois da anistia, a Marinha publicou o decreto número 8.400, que autorizava demissões, por exclusão, dos praças do Corpo de Marinheiros Nacionais “cuja permanência se torne inconveniente à disciplina”.
O decreto abriu uma brecha para que a Marinha excluísse de seus quadros quem bem entendesse, sem maiores formalidades; revogando na prática a anistia. A Marinha demitiu cerca de 1.300 marinheiros e precisou contratar marinheiros civis portugueses para manejar os navios da esquadra.
No dia 9 de dezembro, a tripulação do cruzador Rio Grande do Sul se amotinaram e tentaram tomar o navio. Horas depois, amotinados dos fuzileiros navais se rebelaram no Batalhão Naval. Essas duas revoltas foram usadas como desculpa para mais retaliações contra os revoltosos de novembro, com muitos sendo presos, fuzilados e degredados. No dia 25 de dezembro 17 marinheiros foram socados em uma cela na Ilha das Cobras e sufocados com uma composição química usada com a desculpa de "desinfetar" a cela. Na manhã do dia 26, apenas dois sobreviveram: os marinheiros João Cândido e André Avelino.

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