Um santo quente para nos segurar!” • pelo dia 1º de março - Aniversário da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
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Sebastião. Há muita mística envolvendo esse sagrado nome. E para
entender a força desse santo, vale a pena lembrar um pouco sua
trajetória épica.
O jovem Sebastião, nascido no século III, ainda
muito jovem se alistou no serviço militar de Roma. Por se destacar
dentre os demais, tornou-se um dos prediletos do imperador Diocleciano. O
único porém é que o rapaz tinha extrema compaixão pelos prisioneiros
que seriam levados literalmente para a boca dos leões no Coliseu.
Para os romanos, aquele espetáculo era puro entretenimento e eles mal
sabiam que havia um membro da guarda imperial que muito secretamente
cuidava dos condenados. Sebastião, sempre escondido, levava palavras de
consolo e de ânimo para aquelas pobres almas, pregando a palavra de
Cristo e os fazendo crer na salvação após a morte.
Mas eis que um
dia é descoberto o segredo do jovem militar. O imperador, para os
padrões romanos, ainda foi tolerante com seu oficial predileto. Apesar
de considerar traição a atitude de Sebastião, Diocleciano deixaria vivo o
militar piedoso desde que ele renunciasse ao cristianismo.
Mas o
jovem, corajoso e irredutível, jamais negou sua fé. E assim foi
condenado à morte, sem direito à apelação. Diocleciano ordenou que seus
soldados alvejassem Sebastião com flechadas e o deixassem sangrando até
morrer. Uma dramática cena que ficou imortalizada em sua imagem.
Mas, como não se tratava de um jovem qualquer e sim de um ser elevado
com alma de guerreiro, Sebastião não foi vencido. Um grupo de mulheres,
pensando que ele estava morto, resgatou seu corpo cheio de flechas, com o
intuito de dar-lhe uma sepultura digna. Surpreendentemente, descobriram
que o rapaz resistira às flechadas.
Uma dessas mulheres, Irene,
cuidou das suas feridas e assim Sebastião se recuperou. Imbuído da sua
missão de disseminar o cristianismo, o determinado ex-oficial não parou.
Só que dessa vez, ainda mais corajoso, sem se escondeir.
Ousou,
ainda, tentar dissuadir o imperador de perseguir os cristãos. Ignorando o
apelo de Sebastião, o imperador ordenou que desta vez ele fosse
espancado até a morte e que seu corpo fosse jogado nos esgotos de Roma,
tentando com isso evitar que Sebastião fosse venerado como mártir pelos
cristãos. Sua nudez fazia parte do castigo, da expiação.
De nada
adiantou a ira contra o heróico Sebastião. Quase quatrocentos anos
depois, o imperador Constantino, que curiosamente entrou para a história
por ter se convertido ao cristianismo, construiu uma basílica para
abrigar os restos mortais de Sebastião — que, aliás, estão lá até hoje.
Nessa época, Roma estava sendo assolada por uma epidemia, que
simplesmente desapareceu, acreditam os cristãos, a partir das relíquias
do mártir. Assim, São Sebastião passou a ser venerado como santo
poderoso contra a peste, a fome e a guerra.
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FONTE: "A Cara do Rio: 450 anos de carioquices", por Raquel Oguri e Ricardo Amaral
ARTE: "São Sebastião", 1480 - por Andrea Mantegna (1431-1506), pintor e gravador do Renascimento na Itália- Museu do Louvre
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