quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Nabucodonosor II o rei da Babilónia

No dia 25 de Setembro de 605 a.C., após a morte do seu pai, Nabopolassar, Nabucodonosor é coroado rei do Império Neo-babilónico. Pouco antes da sua coroação, ele havia vencido os egípcios em Kharkemish, expulsando-os do Médio Oriente. Nabucodonosor reinaria durante 43 anos, até 562.
As tropas da Mesopotâmia invadiram a Judeia em 597, comandadas pelo seu monarca, que ordenou a destruição do Templo de Jerusalém e, quando os seus habitantes se revoltaram contra os babilónios em 587, fez deportar todos os judeus para a Babilónia. Este exílio, chamado "cativeiro da Babilónia", marca o começo da primeira diáspora. O monoteísmo seria reforçado e Javé apareceria então como a única divindade do universo.
O nome de Nabucodonosor é mundialmente conhecido, a pessoa do rei, muito pouco. Somente alguns versículos da Bíblia e a ópera de Verdi, Nabuco, preservam a sua memória. No entanto, este monarca desempenhou um papel de primeira grandeza no antigo Médio Oriente .
Quando nasceu em 632 a.C., a situação política da região estava em total convulsão. O seu pai, há cinco anos no trono, tentava expulsar do país os assírios, que saqueavam as colheitas. Aliou-se aos medas que desencadearam um violento contra-ataque tomando as principais cidades assírias em 612. Mesmo quando os seus aliados de circunstância se retiraram, os babilónios continuaram a luta, empurrando os assírios para oeste.
Muito jovem, Nabucodonosor assumiu o comando do exército. Venceu os egípcios e durante cerca de 60 anos a Babilónia governou a região compreendida entre o Tigre-Eufrates e o Mediterrâneo.
Assumindo o título oficial de “Rei da Babilónia” era, como todos os predecessores, um monarca absoluto, todavia resolveu governar conforme os usos e costumes do povo.
As populações da região aceitaram o poder de Nabuco. Chefes locais substituíram os governantes assírios e ele aceitou tal estado de coisas, desde que a entrega regular e anual dos impostos fosse mantida.
Dois Estados da região representavam uma real ameaça: o porto de Tiro, actual Líbano, e o reino da Judeia. O primeiro controlava a rota marítima; a capital do segundo, Jerusalém, a rota terrestre. O conflito com Tiro foi mais rude. A sua determinação de independência inquietava Nabucodonosor. Queria anexá-lo à força, mas Tiro era uma ilha e os babilónios não possuíam marinha. Após 13 anos de bloqueio terrestre, de 585 a 572, os babilónios renunciaram ao seu projecto e firmaram um acordo de paz.
Nesse meio tempo, Nabucodonosor trabalhou activamente na reconstrução da Babilónia. A tarefa era gigantesca, o centro do país estava destruído depois da guerra contra os assírios, a salinização da terra sacrificava as colheitas e faltava mão-de-obra. As estruturas políticas, sociais e administrativas, porém, mantiveram-se intactas. O rei dedicou-se aos restauros arquitectónicos.
Mandou reconstruir os templos das principais divindades por todo o país e iniciou a tarefa de embelezamento da capital, Babilónia. As suas defesas foram remodeladas, cercou-se de uma muralha externa de 17 quilómetros e uma interna de 8 quilómetros – o Muro de Medas. Transformou a cidade num centro cultural, comercial e financeiro do mundo antigo.
A maior realização do seu reinado, além das muralhas, da Torre de Babel com mais de 100 m de altura —na verdade um zigurate em forma piramidal— e um canal que ligava os rios Tigre e Eufrates, foram os Jardins Suspensos. A obra é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Eram compostos por seis terraços construídos como andares,. Os andares tinham cerca de 120 m², apoiados por colunas que chegavam a medir até 100 metros. Cada superfície era adornada com jardins botânicos que continham inúmeras árvores frutíferas, esculturas dos deuses cultuados pelos acádios e cascatas, situadas numa planície rectangular.
A fim de preservar a beleza dos Jardins Suspensos, escravos mantinham o sistema de roldanas e baldes para encher as cascatas e piscinas. Por mais que se imagine a estonteante beleza dos Jardins Suspensos, muito pouco se sabe de como eram mantidos, e qual foi sua finalidade ou o motivo da sua destruição. Em nenhum documento se encontra registo da existência desta obra. O que se sabe está registado em anotações de historiadores da Grécia Antiga, mas as informações são muito vagas.
Após sua morte, sem contar com um sucessor com a mesma força, os babilónios caem diante dos exércitos persas de Ciro II, que liberta os judeus.
Fontes: Opera Mundi

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