domingo, 7 de janeiro de 2018

Festa da democracia: A vida em Atenas

É a festa da democracia em Atenas e todos os cidadãos, dos magnatas aos mais humildes, foram convidados. Quem passa pela ágora, a praça do mercado, logo vê os dez portões pelos quais entram os que vão votar. É dia de eleição e há um clima de ansiedade no ar: o cidadão que receber 6 mil votos ou mais será expulso sumariamente da cidade e do território em torno controlado por ela, por dez anos.

Trata-se de um pleito de ostracismo. Os eleitores só precisam rabiscar o nome do "candidato" ao exílio num caco de cerâmica, o chamado ôstrakon (ou ôstraka, no plural), e depositá-lo num grande jarro.

Um grupo de camponeses hesita perto dos portões: entrar ou não entrar? Eles não sabem escrever e estão inseguros, mas um homem de túnica elegante se aproxima para dar uma mãozinha. "Percebo que os senhores têm dificuldade com a escrita e seria uma injustiça não poderem participar. Eis aqui alguns votos já prontos", diz, enquanto oferece a eles as cédulas em que, maliciosamente, inscreveu, provavelmente, o nome do seu inimigo. Agradecidos, os camponeses já podem votar.

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