sábado, 9 de julho de 2016

Revolução Constitucionalista de 1932.

Aos poucos, o governo Vargas revelou-se cada vez mais mais centralizador, demostrando também preocupação com a questão social e interesse em defender  as riquezas  nacionais. Tudo isso assustou grupos opositores, especialmente os de São Paulo, desejavam a volta das práticas existentes na Primeira República e temia as mudanças  socioeconômicas apontadas por Getúlio. Assim, para enfrentar o governo federal os líderes do Partido Republicano Paulista  formaram uma frente  única  com os líderes  do Partido Democrático (dissidentes  do próprio PRP), que haviam apoiado a Revolução de 1930, mas estavam descontentes com a nomeação do interventor João Alberto Lins e Barros para governar São Paulo. A oposição política passou a exigir  a nomeação do interventor civil e paulista  para o estado. Cedendo a essas pressões, o presidente Vargas nomeou Pedro de Toledo para a função, mas isso não foi suficiente para silenciar a oposição de São Paulo, que também pedia novas eleições e a convocação de uma Assembleia Constituinte. Como  ainda controlavam o viciado sistema eleitoral da região, os ricos fazendeiros  paulistas  acreditavam  que,  com novas eleições, poderiam retomar o controle da situação. Instalou-se, então, em São Paulo, um movimento constitucionalista que alcançou as ruas protestando  contra o governo federal. Isso mobilizou  parte da população. Em 23 de maio de 1932, quatro estudantes do estado  paulista Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo morreram em confronto com a polícia, numa manifestação pública contra o governo federal.Esse fato exaltou ainda mais os ânimos.Com as letras iniciais dos nomes  desses estudantes mortos, formou-se a sigla MMDC, que se tornou o símbolo do movimento no estado. No dia 9 de junho de 1932, teve início a chamada Revolução ou Revolta Constitucionalista, que mobilizou 30 mil pessoas armadas em São Paulo para lutar contra o governo federal. As tropas paulistas eram formadas pelos soldados da polícia estadual (Força Pública) que aderiram ao movimento contra as determinações  do interventor, além de um grande contingente de voluntários. Muitas indústrias do estado contribuíram com a fabricação de material de guerra, como granadas, máscaras contra gases, lancha-chamas e capacetes. Diversas mulheres também participaram do movimento, na maior parte das vezes atendendo  feridos nas batalhas e preparando material bélico. As tropas rebeldes que acreditavam ter o apoio prometido por outros estados, só ficaram totalmente isolados porque forças de Mato Grosso lutaram com elas contra o governo federal. Depois  de três meses de enfrentamentos  e muitos mortos e feridos, os combatentes paulistas acabaram derrotados pelas tropas federais, mais numerosas e bem equipadas. Era o fim do movimento. O governo federal, no entanto, procurou evitar indispor-se  novamente com a elite  de um estado que,embora derrotado militarmente, tinha grande poder socioeconômico. Assim, em novembro de 1933, instalou a Assembleia Nacional Constituinte, principal reivindicação formal do movimento de 1932.

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