ESCOLA
ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO INOVADOR SENADOR JOSÉ GAUDÊNCIO.
O
NEGRO NO MUNDO DOS BRANCOS
Apresentação
O
trabalho ora apresentado foi realizado ao longo das três primeira unidades do
ano letivo de 2013, pelo componente curricular de história e o macrocampo de
Produção e Fruição das Artes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Inovador Senador José Gaudêncio. Todas as atividades foram trabalhadas junto a
1ª série do ensino médio nas turmas A e B.
O mesmo objetivou o estudo e pesquisas relacionadas à cultura africana e
afro-brasileira, juntamente com o conteúdo das aulas e do livro didático para
apresentar o resultado das pesquisas em forma de mural, pinturas ou atividades
lúdicas que melhor se apliquem ao contexto.
O projeto
surge da percepção de que é impossível enquanto brasileiro e especialmente
enquanto educador renegar as contribuições da cultura africana para a formação
histórica do povo brasileiro, não é possível deixar de analisar a trajetória do
africano para o Brasil, o seu cotidiano como cativo, bem como suas formas de
resistir às mazelas impostas por uma sociedade escravista, altamente
preconceituosa e excludente e que via o negro como mais um produto inserido em
uma economia que servia para impulsionar uma outra, a europeia, gerando lucro
para os traficantes e os senhores de escravos. Portanto, ao negro foi relegado
o trabalho braçal e a exclusão do sistema educacional, consequentemente a
marginalização social.
Justificativa
Trazer
a discussão do tema “Preconceito Racial” para o espaço escolar é de extrema
importância para que os estudantes do Macrocampo de Fruição da Arte reflitam sobre a origem do preconceito na
formação da sociedade brasileira. Abordar a temática da referida aula no
ambiente escolar é vital para que os discentes entendam que o preconceito vem
desde o período colonial. Além do mais compreendam que foi a partir do Brasil
colônia que os portugueses difundiram que a população negra era considerada
inferior. Na verdade o estigma contra os negros vem desde muito tempo, e ao
serem trazidos ao Brasil pela Coroa portuguesa o estigma continuou sendo
difundido. A frota portuguesa os via como uma raça inferior, diminuída,
desprezada, uma espécie plenamente má, perigosa ou fraca.
O autor Erving Goffman aponta que
“A sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas e o total de
atributos considerados como comuns e naturais para os membros de cada uma
dessas categorias” (GOFFMAN, 2008 p.11). Goffman ressalta que quando há um
estranho a nossa frente podem de fato surgir demonstrações de este indivíduo é
caracterizado por atributo que o torna diferente de outros “que se encontram
numa categoria em que pudesse ser incluído, sendo, até, de uma espécie menos
desejável num caso extremo, uma pessoa completamente má, perigosa ou fraca”
(GOFFMAN, 2008 p.12). Dessa forma, a sociedade deixa de considerar pessoa comum
e completa restringindo numa pessoa diminuída deteriorada. Tal característica é
um estigma, Goffman destaca que essa desvantagem em relações ao outro
“constitui uma discrepância específica entre a identidade virtual e a
identidade social real”. (GOFFMAN, 2008 p. 12).
É
necessário que os estudantes entendam que mesmo com abolição da escravidão, a
massa negra continuou a mercê da sociedade, ou seja, acreditava-se que seriam
incorporados como mão de obra livre para atuar no setor industrial. Mas não foi
bem assim, pois continuaram sendo excluídos de toda benfeitoria e a única
alternativa encontrada foi se dirigir para as periferias onde foram exercer
trabalhos autônomos.
Além
disso, debater esta temática com os alunos e a sociedade civil é imprescindível,
pois mesmo nos dias atuais, com algumas conquistas da população negra ainda há
discursos do senso comum, como por exemplo, piadas, frases que rebaixam os
negros. Estas práticas preconceituosas muitas das vezes são reproduzidas e
mantidas como se fossem naturais na realidade social, bem como tais práticas
podem causar uma sensação de não pertencer ao coletivo provocando atitudes de
violência simbólica, fortalecendo a criminalidade. Acredito que essa exposição
instigara os alunos a comunidade escolar, e ate onde as ideias deste projeto
forem difundidas a repensarem e refletirem para não cometerem tal prática.
Nesta perspectiva o projeto “O
negro no Mundo do Branco” busca debater a temática acima descrita junto aos
alunos da 1ª série do ensino médio neste educandário, trabalhando de forma
lúdica questões tão fortes e delicadas como a questão do racismo em nosso país
e como se deu todo o processo de trafico negro desde o brasil colônia até a
abolição. Trabalharemos através de pinturas, recortes de jornais, debates em
sala de aula dentre outras questões.
INFORMAÇÕES
DO PROJETO:
TEMA:
|
O negro no
mundo do branco
|
OBJETIVO:
|
Combater
ideias preconceituosas na busca por uma sociedade mais igualitária
|
SÉRIE TRABALHADA:
|
1º ano do
ensino médio na modalidade regular
|
TURMAS:
|
A e B
|
ÁREA:
|
Macrocampo de
Fruição da Arte
|
ÁREAS INTERDISCIPLINARES
|
Filosofia,
Português, Geografia, Sociologia e História
|
PERÍODO:
|
Integral
|
PRODUTO:
|
Educação /
formação cidadã
|
PROBLEMATIZAÇÃO:
Conforme um dos
fascículos “Adolescentes e jovens para a
Educação entre pares” intitulado “Raças
e Etnias” apresenta diversos estudos e pesquisas que o ambiente escolar tem
se configurado como local em que os estudantes negros defrontam-se de forma
mais incisiva com a vivencia do racismo. A situação de rejeição enfrentada
pelas os educando de cor negra tem produzido graves consequências na autoestima
destes repercutindo de maneira negativa no desenvolvimento escolar. De acordo
com referido fascículo as situações constrangedoras que crianças e adolescentes
tem passado no espaço escolar é ainda um dos fatores que contribuem para a
evasão escolar. Segundo dados do jornal “Folha de São Paulo” mostra que as
notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) são em media, 21% superiores as dos negros da rede publica
acima da diferença de 17% entre as notas gerais,
independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede
pública.
Outro dado oriundo do fascículo é que em
2001dados revelaram que alunos negros representavam apenas um quinto da
população universitária (19,7%), enquanto brancos eram a maioria (78,3%) dos
estudantes. Diante disso, faz-se necessária a abertura de debate sobre a
temática, não se limitando apenas ao espaço escolar mas expandindo para toda
sociedade. Assim esperar-se que os estudantes da 1ª série do Ensino Médio da
Escola Senador Jose Gaudêncio atuem como multiplicadores no combate ao
preconceito racial.
OBJETIVOS
GERAL
Fornecer
informações principais acerca da origem do preconceito na sociedade brasileira.
Aprofundando a reflexão sobre das causas do preconceito, evidenciando que
muitas das vezes proposições do senso comum comprovam o ato do preconceito,
sendo assim, desencadeando a reprodução e a manutenção da desigualdade racial,
que às vezes tornam-se como naturais as diferenças sociais, bem como estimular
a não prática do preconceito.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
·
Perceber a influência da cultura africana em
nossa cultura;
·
Conhecer a história afro-brasileira;
·
Valorizar a arte afro-brasileira;
·
Vivenciar as manifestações da cultura
afro-brasileira
CONTEÚDOS:
·
Negros no Brasil;
·
O negro no mundo dos brancos;
·
Pintura da cultura negra;
·
Instrumentos musicais afro-brasileiros;
·
Heróis negros no mundo;
·
A imagem do negro no Brasil.
METODOLOGIA:
·
Apresentação da temática aos educandos da
primeira série do ensino médio através de aula expositiva com uso de data show,
charges e dinâmicas;
·
Exibir vídeos e musicas que retratem sobre as
questões relacionadas ao preconceito racial
·
Confecção de mural de combate ao preconceitos
negro.
·
Sessão para exibição dos filmes.
·
Realizar um dia especifico na referida escola de
combate ao preconceito com palestras ministradas por profissionais da área.
·
Entrevistas nas emissoras (Serra Branca FM,
Independente FM e Solidariedade FM), com alunos do 1º ano do ensino médio;
·
Criação de grupo de capoeira com alunos da 1ª
série do ensino médio;
FORMAS DE SOCIALIZAÇÃO DO PROJETO:
O
projeto terá suas atividades iniciadas no primeiro bimestre escolar, culminando
com o tema trabalhado em sala de aula, e terá a conclusão das atividades
desenvolvidas em cada turma no dia 19 de novembro de 2013, por ser este um dia
que poderemos mobilizar toda a comunidade escolar para exposição da
problemática, realizando o primeiro dia da Consciência negra. A socialização do
mesmo acontecerá através da realização das palestras, das entrevistas nas
rádios locais.
Conclusões
Após a execução da primeira meta
do projeto “o negro no mundo dos brancos”, foi possível analisar que essa nova
forma de fazer educação é mais interativa, fazendo com que os envolvidos
aprendam com maior facilidade, deixando de ser meros decodificadores de falas,
ou decoradores de conteúdo para aprenderem realmente de forma mais sistêmica.
Com atividades planejadas
previamente nos encontros por área fica
mais fácil e apaixonante desenvolver as atividades docentes, não sendo o
processo de transmitir conteúdo tão monótono. Com as experiências das primeiras
etapas e em socialização com o planejamento geral da escola foi percebido que
não existe mais espaço no mundo atual para praticas estáticas de educação, não
pode-se utilizar apenas os recursos já conhecidos, faz-se necessário ousar, ser
um professor pesquisador que tenha a percepção que temos de aliar o tradicional
ao moderno, para vencermos obstáculos difíceis como as questões raciais em
nosso país.
REFERÊNCIAS:
GOFFMAN, Erving.
Estigma Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. (tradução de
Márcia Bandeira de Melo leite Nunes) editora: LCT, Rio de Janeiro 2008.
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/26355/cota-nao-garante-aluno-de-escola-publica-em-vestibular/
[1] Projeto pedagógico desenvolvido
na cidade de Serra Branca com alunos da 1ª
série A do ensino médio da Escola Senador José Gaudêncio
Direitos iguais a todos (y)
ResponderExcluirisso mostra que todos temos direitos iguais e que devemos repeita todos
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