domingo, 9 de junho de 2019

Pássaro de cem milhões de anos é descoberto conservado em âmbar.

RIO — No ficção, um inseto aprisionado em âmbar continha DNA capaz de trazer à vida dinossauros extintos em “Jurassic Park”, mas na vida real, as resinas fossilizadas de árvores guardam mais que mosquitos. Um estudo publicado nesta semana no periódico “Gondwana Research” revelou o espécime mais completo e bem preservado de pássaro pré-histórico já encontrado.
O pedaço de âmbar encontrado em Mianmar contém a cabeça, o pescoço, uma asa, a cauda e uma pata de um filhote de pássaro. Ele tinha apenas alguns dias de idade quando caiu uma poça de resina de uma árvore há cerca de cem milhões de anos.
— É o mais completo e detalhado que já tivemos — disse Ryan McKellar, do Museu Royal Saskatchewan, no Canadá, e coautor do estudo, em entrevista à “New Scientist”. — Ver algo tão completo é fantástico.
Aparentemente, a pele e a carne do animal foram preservados, mas McKellar explica que os tecidos já se transformaram em carbono, então não existem chances de encontrar DNA utilizável. Algumas cores das penas foram preservadas, mas o pesquisador admite que elas não são tão excitantes.
— Elas eram marrons.
O pássaro pertenceu a um grupo de espécies conhecido como Enantiornithes, ou “oposto às aves” por causa do formato dos ossos dos pés serem diferentes das aves modernas. Eles conviveram com ancestrais dos pássaros modernos, mas desapareceram há cerca de 66 milhões de anos.
A análise do fóssil de Mianmar traz evidências de que os filhotes desses pássaros extintos já nasciam com penas para voos, mas sem plumas na cauda e no corpo. Segundo McKellar, é provável que esses animais fossem chocados no chão, e escalavam árvores logo após o nascimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário