A próxima parada da frota foi na baía Cabrália, próxima a Porto
Seguro, onde, um ano e oito meses antes, o Brasil fora avistado pela
primeira vez pelos portugueses. Na praia, assinalada com uma cruz,
Gonçalo Coelho recolheu os dois degredados que haviam sido deixados por
Cabral. Durante quase dois anos, os Tupiniquim os haviam tratado como
hóspedes. De um desses homens, Afonso Ribeiro, Vespúcio iria obter uma
descrição detalhada da vida cotidiana e
dos hábitos dos nativos do Brasil. Tal depoimento, somado à sua
experiência pessoal, lhe serviria de base para a redação de duas cartas.
Em Porto Seguro, naquele início de dezembro, a frota de Gonçalo Coelho
também recolheu toras de pau-brasil – a árvore que, em breve, iria
definir o nome e o futuro daquele território. Seguindo sua jornada para o
sul, as três caravelas chegaram a um local esplendoroso no primeiro dia
de 1502. Era uma ampla “boca de mar”, cercada de vastas montanhas
recobertas de mata luxuriante. Julgando se tratar da foz de um rio, os
exploradores batizaram o lugar com o nome de Rio de Janeiro. Um ano mais
tarde, em sua segunda viagem ao Brasil, Vespúcio voltaria ao local –
que os nativos chamavam de Guanabara – e ficou tão extasiado com sua
beleza quanto da primeira vez.
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