sábado, 24 de novembro de 2018

Quantas pessoas a nossa ditadura militar matou?

Para além da cassação dos 4.482 mandatos de representantes democraticamente eleitos durante a nossa ditadura militar, a demissão compulsória de 26.559 funcionários públicos inconvenientes ao regime, o exílio de 10-25.000 pessoas (a maioria de classe média, estudantes ou indivíduos influentes na sociedade), a prisão de 50.000 pessoas só entre março e agosto de 1964 (cerca de 500.000 cidadãos investigados pelos órgãos de segurança e, pelo menos, 200.000 detidos ao todo), a intervenção em 1.202 sindicatos e a tortura de cerca de 10.000 pessoas só em São Paulo, também foram executados 434 pessoas por motivações políticas + 8.350 índios por motivações eugenistas e econômicas. Os militares crucificaram os índios, sim, literalmente. Foram obrigados a espancar os próprios parentes e instalaram nas tribos roupas e cobertores infectados com o vírus da varíola, misturaram veneno com açúcar, usaram napalm, descargas elétricas, armas de fogo e atiraram dinamites de aviões em, pelo menos, quatro frentes de trabalho de estradas duranta a construção da Transamazônica. É o chamado Massacre no Paralelo 11, descrito pelo Relatório Figueiredo. O trabalho final da CMV incluiu 10 etnias indígenas (no mínimo) implicadas entre as vítimas de graves violações de direitos humanos ocorridas no Brasil durante a ditadura militar entre 1964 a 1985. Entre os mortos estão 3.500 indígenas Cinta-Larga (RO), 2.650 Waimiri-Atroari (AM), 1.180 índios da etnia Tapayuna (MT), 354 Yanomami (AM/RR), 192 Xetá (PR), 176 Panará (MT), 118 Parakanã (PA), 85 Xavante de Marãiwatsédé (MT), 72 Araweté (PA) e mais de 14 Arara (PA), estando o número aberto e podendo ser maior "uma vez que apenas uma parcela muito restrita dos povos indígenas afetados foi analisada".

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