Môa do Katendê nasceu em Salvador (BA) e é um artista ligado às
tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista,
ogã-percussionista, artesão e educador, descobriu suas raízes aos oito
anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN”, terreiro de sua tia e
incentivadora. Em 1977, consagrou-se campeão do Festival da Canção Ilê
Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, e em Maio de 1978 fundou o “Afoxé
“Badauê”, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e tornou-se
campeão do carnaval na categoria de afoxé.
Mestre Môa do Katendê é
baiano de Salvador. Artista ligado às tradições Afro-baianas;
compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e
educador, tendo descoberto suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ
AXÉ OMIN BAIN” terreiro de sua tia e incentivadora.
Em 1995, com a
união de colegas e admiradores da cultura afro brasileira, surge o
grupo de afoxé “Amigos de Katendê”, que neste mesmo ano participou do
carnaval em São Paulo na Cohab José Bonifácio. Em 1996 o grupo viaja a
Salvador reintegrando os componentes do “Badauê” e outros afoxés e
desfila no carnaval, estabelecendo assim um intercâmbio entre Bahia e
São Paulo. Atualmente Mestre Moa do Katendê vem ministrando oficinas de afoxé na Bahia, Sudeste e Sul do Brasil e na Europa
e é o coordenador geral do afoxé “Amigos de Katendê”.
Mestre Moa do Katende fala sobre a “reafricanização” da juventude da
Bahia e do processo batizado por Antonio Risério de “reafricanização” do
carnaval na Bahia, e atribui este processo a própria dinâmica interna
da vida baiana.
Enumera os marcos fundamentais deste processo: a
forte presença de organizações e clubes negros nos carnavais da Bahia o
“renascimento” do Afoxé Filhos de Gandhi, um dos símbolos do carnaval
baiano organização carnavalesca fundada em 1949 por trabalhadores da
estiva do Porto de Salvador, um ano antes, portanto do aparecimento do
Trio Elétrico, e que no início do dos anos 1970 praticamente
desaparecera – e o surgimento do Ilê Ayiê, o primeiro dos muitos Blocos
Afro surgidos neste período.
Extrapolando os limites de uma mera
participação no carnaval os Blocos Afro ocupam física e culturalmente
espaços da cidade, alguns, antes estigmatizados por serem “lugar de
preto”, outros, hegemonizados desde sempre pelas elites .
Assim
como o surgimento do Trio Elétrico, em 1950, veio revolucionar e
particularizar o carnaval da Bahia, o processo de “reafricanização”,
especialmente com a entrada em cena dos “blocos afro” precipitando a
reação africanizante e explicitando marcadamente um caráter étnico
hegemonizam do ponto de vista estético, musical e gestual, transformam
radicalmente a trama carnavalesca baiana .
As pessoas que criaram
as novas entidades “afrocarnavalescas” da Bahia assumem e explicitam a
matriz negra da cultura baiana numa dimensão nunca antes registrada como
é o caso, por exemplo, do próprio Moa do Katendê fundador do Afoxé
Badauê, onde vemos a importância assumida pelos cantores na expressão de
valores afros entre a comunidade negromestiça de Salvador a consciência
da africanidade e da nova poesia afro-baiana, baseada em reminiscências
e jogando com a sonoridade das palavras africanas extraídas do
vocabulário dos candomblés, textos da autoria de Paulinho Camafeu, Moa
do Catendê, Caetano Veloso, Antonio Risério, Heron, Curimã, Moraes
Moreira, Gilberto Gil, Ivo do Ilê, Milton de Jesus, Charles Negrita,
Chico Evangelista, Jorge Alfredo, Ana Cruz, Cebolinha, Alírio do Olodum,
Lazinho Boquinha, Jailton, Egídio e Buziga.
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