domingo, 4 de novembro de 2018

A GUARDA NEGRA.

O fortalecimento do Partido Republicano levou o gabinete de João Alfredo de Oliveira (Partido Conservador) dar apoio direto as maltas de capoeiras da região da Lapa e Santana que formaria a temida Guarda Negra.
Ela foi reunida por José do Patrocínio, em 25 de setembro de 1888, na redação do jornal Cidade do Rio, como um grupo de proteção a Monarquia, diante dos exaltados discursos de republicanos, nos comícios ao redor da cidade..
As milícias ou maltas de capoeiras do grupo Nagoa da região do Santana e do largo da Lapa foi nomeada Guarda Negra pela imprensa carioca, ao relatar a onda de violência nos comícios republicanos promovidos por Silva Jardim. Estes locais eram controlados politicamente pelo Partido Conservador.
No entanto, a formação da Guarda Negra foi posterior as rivalidades entre Guayamus e Nagóas diante do fim escravidão. Parte do grupo Guayamus e a maioria dos membros dos Nagóas se reuniram em torno do Partido Conservador por sua gratidão a Princesa Isabel e o gabinete João Alfredo.
Dessa união surgiu a Guarda Negra da Redentora. Era o inicio de uma campanha para dar aos ex-escravos educação e alfabetização, para se adaptarem a liberdade e se integrarem a sociedade.
A integração seria pelo trabalho no comércio urbano ou nas áreas rurais como assalariados, seguindo as orientações da Confederação Abolicionista.
Só que Patrocínio não pensava que essa inclusão deveria incorporar as impressões de ódio e rancor dos negros para com seu meio social. Pois os ex-cativos tiveram contato com esta sociedade em cotidiano, quando ainda eram escravos.
Os negros que integravam as maltas já viviam no meio urbano seja como livres ou escravos. Também tiveram contato com o meio político através dos interesses mútuos entre as maltas e os Partidos.
Para eles, a abolição significava criar um partido político para eliminaria à discriminação dos brancos e promoveria o acesso a terra para os negros. Mesmo com a perspectiva de transformações com a Lei Áurea, a condição social ou econômica do negro não mudou com a abolição.
Seu status como cidadão foi permitido através do controle político e ideológico dos partidos no período de transição entre Monarquia e República.

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