terça-feira, 11 de setembro de 2018

Os Vikings no Al-Andalus

"Durante os séculos IX e X o Al-Andalus foi assolado pelos ataques dos piratas Majus, normalmente conhecidos por Vikings, que lançaram o terror nas regiões costeiras. Os seus raids, de curta duração, durante os quais pilhavam, saqueavam e faziam prisioneiros que vendiam posteriormente como escravos, iniciavam-se com o aparecimento dos célebres navios com cabeça de dragão, os drakkars, extremamente manobráveis, com os quais subiam os rios para atacar as cidades situadas nas suas margens. A grande estatura dos guerreiros Vikings, as armas temíveis com que se muniam e os enormes cães que corriam na vanguarda dos seus exércitos, incutiam o pânico nas populações, e granjearam-lhes a fama de sanguinários que perdura até aos nossos dias. Para os Árabes, o aspecto dos vikings era impressionante, como descreve Ibn Fadlan, cronista Árabe do século IX que se encontrou com os Russ no Rio Volga. “Nunca vi espécimes tão fisicamente perfeitos, altos como palmeiras, louros e corados. Cada homem tem um machado, uma espada e uma faca e mantém-nas sempre consigo. Usam tatuagens com desenhos verde-escuros, desde as unhas até ao pescoço.” No que toca à higiene pessoal dos Russ, Ibn Fadlan tem palavras bem menos elogiosas. “São de todas as criaturas de Deus as mais sujas.” A primeira campanha dos Majus no Al-Andalus dá-se nos meados do século IX. Surgiram na costa Ocidental da península no ano de 844 e atacaram Lisboa com uma esquadra de 80 drakkars, fazendo muitos estragos nos seus arredores. De Lisboa dirigiram-se a Cadiz, que tomaram, e daí a Sevilha, subindo o Guadalquivir, e ocuparam a cidade durante 42 dias." - Frederico Mendes Paula, in Histórias de Portugal e Marrocos

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