terça-feira, 11 de setembro de 2018

O PAI DO SAMBA.

* Há 130 anos, no dia 08/09/1888, nasceu no (Rio de Janeiro), o (compositor, pianista, violonista, cavaquinista e flautista) "Sinhô" (José Barbosa da Silva).
* Nasceu na casa de nº 90 da Rua Riachuelo, Centro do Rio de Janeiro. Filho do pintor e decorador de paredes de botequins e de clubes dançantes, Ernesto Barbosa da Silva, conhecido pelo apelido de Tené, e de Graciliana Silva. Teve um irmão, Ernesto, apelidado de Caboclo. Além do irmão de sangue, seu pai adotou outro, Francisco. Deve ter vivido até o fim do século XIX na mesma casa. Morou, ainda, na Rua Senador Pompeu nº 114, onde brincava com outros futuros sambistas, como João da Baiana e Caninha. Apaixonou-se aos 17 anos, pela portuguesa Henriqueta Ferreira, que, apesar de já estar casada, resolveu ir viver com ele. Com ela teve três filhos, Durval, Odalis e Ida. Henriqueta faleceu em 1914, deixando-o viúvo com apenas 26 anos.
* Teve muitos outros amores, entre eles, Cecília (grande incentivadora de sua carreira e pianista da Casa Beethoven) e Carmen (uma "mercadora do amor", nas palavras de Edigar de Alencar). A última companheira chamava-se Nair Moreira (de apelido "Francesa"). Com ela viveu muito feliz por 10 anos. Chegou a ter um emprego como estafeta nos Correios e Telégrafos, mas por pouco tempo, já que de vez em quando, ao invés de entregar as correspondências, ia para as rodas de samba. Depois da morte do compositor, conta-se que, num momento de desespero (talvez por dificuldades financeiras), Nair rifou o violão de madrepérola do marido, estimado presente da Viúva Guerreiro, e queimou todo o seu arquivo com músicas velhas, composições inéditas, fotos e etc.
* Tinha fama de ser um homem elegante (vestia-se com esmero), vaidoso, sentimental, conquistador, brigão e boêmio. Fazia questão de dizer que era caboclo, demonstrando uma preocupação em negar sua condição de mulato. Na época em que ficou tuberculoso, decidiu ir morar na Ilha do Governador, na Rua Pio Dutra 44. No dia 4 de agosto de 1930, pegou a Barca Sétima, na Ilha, com destino ao Rio. Antes de atracar no Cais Pharoux, na Praça XV, faleceu de uma hemoptise, aos 35 anos. Seu corpo foi removido e levado para o Hospital Hahnemanniano, no Estácio. Toda a imprensa carioca registrou, no dia seguinte e com comoção, a morte do "Rei do Samba". Augusto Vasseur prontificou-se a abrir uma subscrição para que o amigo tivesse um enterro decente. Foram arrecadados quase três contos de réis, com os quais se pagou o enterro. O restante do dinheiro foi dado à viúva Nair. Segundo Manuel Bandeira, que escreveu crônica, o velório e o cortejo até o Cemitério São Francisco Xavier reuniu amigos e admiradores do compositor: malandros, macumbeiros, soldados, prostitutas, seresteiros e chorões do Catumbi e da Cidade Nova, baianas vendedoras de doces, artistas de teatro e músico.
* Dados Artísticos: (Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira).

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