No dia 25 de Setembro de 605 a.C., após a morte do seu pai,
Nabopolassar, Nabucodonosor é coroado rei do Império Neo-babilónico.
Pouco antes da sua coroação, ele havia vencido os egípcios em
Kharkemish, expulsando-os do Médio Oriente. Nabucodonosor reinaria
durante 43 anos, até 562.
As tropas da Mesopotâmia invadiram a
Judeia em 597, comandadas pelo seu monarca, que ordenou a destruição
do Templo de Jerusalém e, quando os seus habitantes se revoltaram contra
os babilónios em 587, fez deportar todos os judeus para a Babilónia.
Este exílio, chamado "cativeiro da Babilónia", marca o começo da
primeira diáspora. O monoteísmo seria reforçado e Javé apareceria então
como a única divindade do universo.
O nome de Nabucodonosor é
mundialmente conhecido, a pessoa do rei, muito pouco. Somente alguns
versículos da Bíblia e a ópera de Verdi, Nabuco, preservam a sua
memória. No entanto, este monarca desempenhou um papel de primeira
grandeza no antigo Médio Oriente .
Quando nasceu em 632 a.C., a
situação política da região estava em total convulsão. O seu pai, há
cinco anos no trono, tentava expulsar do país os assírios, que saqueavam
as colheitas. Aliou-se aos medas que desencadearam um violento
contra-ataque tomando as principais cidades assírias em 612. Mesmo
quando os seus aliados de circunstância se retiraram, os babilónios
continuaram a luta, empurrando os assírios para oeste.
Muito
jovem, Nabucodonosor assumiu o comando do exército. Venceu os egípcios e
durante cerca de 60 anos a Babilónia governou a região compreendida
entre o Tigre-Eufrates e o Mediterrâneo.
Assumindo o título oficial
de “Rei da Babilónia” era, como todos os predecessores, um monarca
absoluto, todavia resolveu governar conforme os usos e costumes do povo.
As populações da região aceitaram o poder de Nabuco. Chefes
locais substituíram os governantes assírios e ele aceitou tal estado de
coisas, desde que a entrega regular e anual dos impostos fosse mantida.
Dois Estados da região representavam uma real ameaça: o porto de
Tiro, actual Líbano, e o reino da Judeia. O primeiro controlava a rota
marítima; a capital do segundo, Jerusalém, a rota terrestre. O conflito
com Tiro foi mais rude. A sua determinação de independência inquietava
Nabucodonosor. Queria anexá-lo à força, mas Tiro era uma ilha e os
babilónios não possuíam marinha. Após 13 anos de bloqueio terrestre, de
585 a 572, os babilónios renunciaram ao seu projecto e firmaram um
acordo de paz.
Nesse meio tempo, Nabucodonosor trabalhou
activamente na reconstrução da Babilónia. A tarefa era gigantesca, o
centro do país estava destruído depois da guerra contra os assírios, a
salinização da terra sacrificava as colheitas e faltava mão-de-obra. As
estruturas políticas, sociais e administrativas, porém, mantiveram-se
intactas. O rei dedicou-se aos restauros arquitectónicos.
Mandou
reconstruir os templos das principais divindades por todo o país e
iniciou a tarefa de embelezamento da capital, Babilónia. As suas defesas
foram remodeladas, cercou-se de uma muralha externa de 17 quilómetros e
uma interna de 8 quilómetros – o Muro de Medas. Transformou a cidade
num centro cultural, comercial e financeiro do mundo antigo.
A maior
realização do seu reinado, além das muralhas, da Torre de Babel com
mais de 100 m de altura —na verdade um zigurate em forma piramidal— e um
canal que ligava os rios Tigre e Eufrates, foram os Jardins Suspensos.
A obra é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Eram
compostos por seis terraços construídos como andares,. Os andares tinham
cerca de 120 m², apoiados por colunas que chegavam a medir até 100
metros. Cada superfície era adornada com jardins botânicos que continham
inúmeras árvores frutíferas, esculturas dos deuses cultuados pelos
acádios e cascatas, situadas numa planície rectangular.
A fim de
preservar a beleza dos Jardins Suspensos, escravos mantinham o sistema
de roldanas e baldes para encher as cascatas e piscinas. Por mais que se
imagine a estonteante beleza dos Jardins Suspensos, muito pouco se sabe
de como eram mantidos, e qual foi sua finalidade ou o motivo da sua
destruição. Em nenhum documento se encontra registo da existência desta
obra. O que se sabe está registado em anotações de historiadores da
Grécia Antiga, mas as informações são muito vagas.
Após sua morte,
sem contar com um sucessor com a mesma força, os babilónios caem diante
dos exércitos persas de Ciro II, que liberta os judeus.
Fontes: Opera Mundi
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