Túpac Amaru, irmão de Titu Cusi, é capturado pelos espanhóis sob as
ordens do vice-rei Francisco de Toledo e decapitado em público, no dia
24 de Setembro de 1572. Havia retomado a bandeira do seu irmão a fim de
resistir à dominação colonial. Desse modo, o último herdeiro do Império
Inca desaparecia.
Túpac Amaru foi o último líder indígena moderno
do Império Inca no Peru. Túpac Amaru assumiu o título imperial após a
morte do seu meio irmão, Titu Cusi, em 1570. Os incas achavam que os
espanhóis haviam envenenado Titu quando enviaram dois embaixadores para
negociar com os nativos. Foram ambos mortos na fronteira por um capitão
inca.
Alegando que os incas tinham “rompido a inviolável lei de
todas as nações do mundo: respeito aos embaixadores” o novo vice-rei,
Francisco de Toledo, decidiu atacar e conquistar Vilcabamba, declarando
guerra em 14 de Abril de 1572.
Em 1 de Junho, o primeiro confronto
da guerra começou no vale de Vilcabamba. Os incas resistiram bem desde o
primeiro momento apesar de estarem pouco armados. Em 23 de Junho o
forte de Huayna Pucará rendeu-se frente à artilharia espanhola. O
exército inca optou por abandonar a sua última cidadela e dirigir-se à
selva para se reagrupar.
Em 24 de Junho os espanhóis entraram em
Vilcabamba e encontraram a localidade deserta. A cidade foi inteiramente
destruída. Túpac Amaru tinha -se retirado no dia anterior com cerca de
100 soldados. O grupo, que incluía os seus generais e membros da sua
família, dividiu-se numa tentativa de evitar a captura. Três grupos de
soldados espanhóis perseguiram-nos. Um capturou a esposa e filho de Tuti
Cusi. O segundo regressou com prisioneiros militares e também com ouro,
prata e outras pedras preciosas. O terceiro regressou com os dois
irmãos de Túpac Amaru, outros parentes e os seus generais.
Túpac
Amaru e o seu comandante conseguiram escapar. Um grupo de 40 soldados
saiu em perseguição. Seguiu o rio Masahuay ao longo de 250 quilómetros.
Os espanhóis capturaram um grupo de índios chunco e obrigaram-nos a
contar o que tinham visto. Os chunco informaram que que o grupo de
Túpac tinha seguido rio abaixo, num bote, para um lugar chamado Momorí.
Em Momorí descobriram que Túpac Amaru tinha escapado por terra. Os
índios Mamarí informaram que Túpac estava atrasado na caminhada porque a
sua mulher estava a ponto de dar a luz. Após uma marcha de 80
quilómetros avistaram uma fogueira. Encontraram Túpac Amaru e a sua
mulher. Túpac foi preso.
O líder inca e alguns dos seus seguidores
foram levados às ruínas de Vilcabamba e juntos entraram em Cuzco no dia
21 de Setembro. Fizeram várias tentativas de converter Túpac Amaru ao
cristianismo. Em vão, pois o líder indígena estava convencido da sua fé.
Os cinco generais incas capturados receberam um julgamento sumário e
foram sentenciados à forca.
O julgamento de Túpac Amaru começou
dois dias mais tarde. Foi condenado pelo assassinato dos embaixadores em
Vilcabamba e sentenciado à morte por decapitação. Numerosos clérigos,
convencidos da inocência de Túpac Amaru, suplicaram de joelhos ao
vice-rei que o Inca fosse enviado a Espanha para ser julgado em vez de
ser executado.
Testemunhas da execução disseram que havia uma
grande multidão e centenas de guardas com lanças. Em frente à catedral,
na praça central de Cuzco, um patíbulo tinha sido erguido. Túpac Amaru
subiu ao patíbulo acompanhado pelo bispo de Cuzco.
Segundo Baltasar
de Ocampo e frei Gabriel de Oviedo, chefe dos dominicanos em Cuzco,
ambos testemunhas oculares, Túpac levantou a sua mão para silenciar a
multidão. As suas últimas palavras foram: “Ccollanan Pachacamac ricuy
auccacunac yahuarniy hichascancuta.” Mãe Terra, sirva de testemunha de
como os meus inimigos derramam o meu sangue”.
Para prevenir o
ressurgimento do império e apagar todo o rasto da sua descendência, a
fonte de futuras gerações reais foi prontamente eliminada pelo vice-rei.
Incontáveis pessoas, incluindo o filho de 3 anos de Túpac Amaru, foram
desterradas para o México, Chile, Panamá e para outros lugares
distantes.
Fontes: Opera Mundi
Nenhum comentário:
Postar um comentário