Sua convocação para a missão artística deu-se em função de que naquela época o país estava em formação e precisava de pessoas que ensinassem arte. Outro objetivo foi fundar a Academia Imperial de Belas Artes no Brasil, a qual Debret atuou como professor. Em 1829 montou uma exposição com os trabalhos dos alunos, que foi a primeira exposição de artes do Brasil. Como pintor oficial do Império, Debret também desenhou a bandeira do país com a cor verde e o losango amarelo que permaneceram na bandeira republicana. Seu trabalho retratou o cotidiano, o processo de independência do Brasil e os primeiros anos do governo de Pedro 1º. Uma de suas obras mais conhecidas é um quadro de dom João em tamanho real. Além de pintar retratos da família real, como uma grande tela sobre a coroação de dom Pedro 1º.
Após regressar à França, publicou entre 1834 e 1839, uma série de gravuras reunidas em três volumes. A preocupação documental do artista é evidente nas páginas da "Voyage Pitoresque et Historique au Brésil ou Séjour d'un Artiste Français au Brésil" (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil ou Estadia dum Artista Francês no Brasil). Com um colorido harmonioso, a obra tem um enfoque historiográfico e procura traçar um painel do Rio de Janeiro. Trata-se de um dos poucos registros dos usos e costumes do Brasil nos primeiros anos do século 18. Sem o seu trabalho, não haveria imagens mostrando o sofrimento dos escravos ou como era a vida da população brasileira nas ruas e até mesmo em suas casas. Desenhista atento às questões sociais, o artista conferiu também dignidade aos índios que retratou.
Em suas gravuras, as situações dúbias da sociedade revelam-se pela aproximação entre as figuras e seu ambiente, os contornos são pouco marcados, um meio cinzento aproxima corpos e espaço, como ocorre em Lavadeiras a Beira-Rio (Viagem Pitoresca). Nas litografias, a sutileza do cinza cria uma espécie de liga que unifica as cenas.
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