A Carta conhecida como “Carta de Pero Vaz de Caminha” é também
conhecida como “Carta a el- Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil”,
é um documento no qual Pero Vaz de Caminha, escrivão de Pedro Alvares
Cabral (descobridor do Brasil) registrou suas primeiras impressões sobre
a terra descoberta.
"Seguimos nosso caminho por esse mar de
longo, até que terça-feira das oitavas de pascoa, que foram vinte e um
dias de abril, topamos alguns sinais de terra. O Capitão pois o nome de a
Terra de Vera Cruz. E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns
sete, ou oito. A feição deles eram serem tanto avermelhados, de bons
rostos e narizes bem feitos. Seus corpos são tão formosos que não pode
ser mais.
Eles não lavram, nem criam, nem há aqui boi ou vaca,
cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado
a viver do homem. Enquanto ali andava, dançaram e bailaram, sempre com
os nossos, ao som de um tamboril nosso, como se fossem mais amigos
nossos do que nós seus. Até agora, não podemos saber se a ouro ou prata,
ou outra coisa de metal ou ferro. Águas são muitas, infinitas.
E
desta maneira dou aqui a vossa Alteza, conto do que nessa vossa terra
vi, deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz. Hoje, sexta-feira,
primeiro dia de maio de 1500."
Pero Vaz de Caminha (Trecho do documento Historico do Brasil)
É considerado o primeiro documento escrito da História do Brasil.
Assim, é considero o “marco zero” ou o pontapé inicial para a construção
da história Brasileira após o descobrimento. O termo “descobrimento” é
muito questionado hoje em dia, pois quando usado nos faz esquecer que
estas terras já eram habitadas por índios.
Vaz de Caminha era
escrivão da frota de Pedro Alvares Cabral, e redigiu essa carta para Dom
Manoel I, conhecido também como “O Venturoso” ou “Bem Aventurado”, para
comunicar-lhe o descobrimento das novas terras.
A Carta é datada
em 1° de maio de 1500; a cidade onde estavam era Porto Seguro, e foi
levada para Lisboa por Gaspar de Lemos, um grande navegador desse
período.
Tal carta manteve-se conservada inédita por mais de dois
séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Esse Arquivo está
localizado em Lisboa, e existe no Estado português desde a Idade Média
possuindo mais de 600 anos; é uma das instituições mais antigas de
Portugal e uma das únicas ativas até hoje. Foi descoberta no século
XVIII por José de Seabra da Silva, mais precisamente em 1773. Foi
noticiada pelo historiador espanhol Juan Bautista Munoz, e publicada
pela primeira vez no Brasil pelo Padre Manuel Aires de Casal, um
português, que além de padre desempenhava a função de geógrafo e
historiador, e viveu no Brasil durante muitos anos. Tal publicação
ocorreu em sua obra denominada como “Corografia Brasilica” de 1817.
A carta é o exemplo típico do deslumbramento dos Europeus para com o
novo. No caso o “Novo Mundo” como eram chamadas as Américas. Caminha
documenta algumas características físicas da terra encontrada e o
momento em que enxergaram um monte, denominado logo depois por Pedro
Alvares Cabral como “Monte Pascoal”. Logo após, ele narra o desembarque
dos Portugueses na praia, o primeiro contato com os índios e a primeira
missa realizada na terra descoberta.
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