Babilônia ocupa um lugar especial na história devido a ter-se tornado
gradualmente um mito após o seu declínio e o seu abandono, que teve
lugar nos primeiros séculos da nossa era. O mito chegou até nós através
de várias passagens bíblicas e de relatos de autores greco-romanos que
descreveram a cidade e asseguraram a longa posteridade da sua fama,
frequentemente de cariz negativo. Entre os anos de 1300 e 600 a.C., os
mesopotâmicos assistiram a dominação assíria, marcada pela violência de
sua poderosa engrenagem militar. Por volta de 612 a.C., a sublevação dos
povos dominados e a ação invasora dos amoritas e caldeus instituíram o
fim do Império Assírio e a organização do Segundo Império Babilônico,
também conhecido como Império Neobabilônico. Apesar da sua localização
nunca ter sido esquecida, só no início do século XX é que se realizaram
as primeiras escavações importantes, sob a direção do arqueólogo alemão
Robert Koldewey, que desenterrou os principais monumentos. A importante
documentação arqueológica e epigráfica descoberta na cidade, completada
por informações provenientes de outros sítios arqueológicos antigos que
tiveram relações com Babilônia, permitiram formar uma representação mais
precisa da cidade, para além dos mitos. Tal não obsta a que não haja
lacunas no conhecimento que se tem daquele que é um dos sítios
arqueológicos mais importantes do Antigo Próximo Oriente, que persistem
devido aos trabalhos arqueológicos estarem parados devido à situação
política instável do Iraque nas última décadas. Na Bíblia, ela é chamada
de “Senhora de Reinos” e era a capital da terceira potência mundial da
história bíblica. (Isaías 47:5).
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