sábado, 21 de março de 2020

UM POUCO SOBRE A GRIPE ESPANHOLA (1918-1919), A MÃE DE TODAS AS PANDEMIAS:

Ficou conhecida como "o maior holocausto médico da história";
A Gripe Espanhola surgiu nos estertores da I Guerra Mundial, quando os países em confronto já estavam fartos da guerra;
A Gripe Espanhola matou mais que a I Guerra Mundial: 30 milhões de pessoas morreram no front; cerca de 50 milhões, pelo vírus;
Um quarto da população mundial contraiu Gripe Espanhola;
Era Espanhola no nome, mas não na origem. Popularizou-se assim porque a Espanha, neutra na guerra, ao contrário dos países europeus em confronto, não escondeu os seus primeiros casos;
A Espanhola não respeitava títulos, fama nem conta bancária: matou ricos e pobres; nobres e plebeus; anônimos e estrelas;
A Gripe chegou ao Brasil de navio (o Demerara) em setembro de 1918 e desembarcou no Rio pelos pés - ou vias respiratórias - dos 200 marujos que estavam a bordo;
Os cariocas - aos primeiros sinais da doença no Brasil - fizeram troça, dizendo que a doença estava embutida nas salsichas por obra secreta dos alemães, adversários na guerra;
A piada cessou quando as mortes em massa começaram. Houve escassez de madeira - e de gente - para fabricar caixões. Pessoas caíam mortas na porta de casa, e os corpos passavam dias ali à espera de caminhão que os recolhessem como se saco de lixo fossem;
Presidiários foram soltos para suprir atividades que estavam paradas por ausência de quem as fizessem, como a dos coveiros;
O horror: há relato, feito por Pedro Nava, de uma criança faminta chupando os peitos da mãe morta por Gripe Espanhola e já em processo de decomposição;
Houve escassez de comida. A inflação bateu à porta severamente, com uma caneca de arroz custando o preço de uma saca;
Os telefones ficaram mudos por falta de telefonista para dar linha; os remédios sumiram das farmácias; as ruas ficaram desertas; e só as igrejas eram procuradas, para súplicas a Deus pelo fim do pavor;
5% da população mundial da época sucumbiram à Gripe Espanhola. No Brasil, mais de 35 mil padeceram pela doença.
Aos poucos, em 1919, as mortes foram cessando e a vida voltando ao normal por uma razão óbvia: as pessoas haviam ficado imunes.
Àquela altura, conquistas já haviam sido alcançadas e legados, construídos: desde o uso de máscaras para evitar disseminação do vírus até o desenvolvimento do sistema de saúde e de protocolos médicos para evitar que novas pandemias flertassem com a extinção humana.
Portanto, não chame de histeria o que é precaução.

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