A trajetória e importância de Anna Nery, a fundadora da enfermagem no
Brasil e um dos seres humanos mais solidários e empáticos da história
do nosso país
Nery cuidava de soldados feridos e combatia
epidemias nos fronts da Guerra do Paraguai. No período em que atuou
junto ao exército brasileiro, ajudou a combater e controlar doenças
graves como a cólera, febre amarela e tifo
Anna Justina Nery nasceu em um pequeno povoado na Bahia, em 1814. Em 1837, casou-se com Isidoro Antônio
Nery, um Capitão do Exército brasileiro, tornando-se viúva algum tempo
depois. Durante sua vida adulta, estudou e aprendeu vários idiomas.
Inteligente e dedicada, encaminhou os filhos para a carreira militar.
Os dois rebentos, viraram oficiais do exército brasileiro e, em meados
do século XIX, foram convocados para a famosa Guerra do Paraguai. Ao
saber que os filhos partiriam para o conflito, Nery insistiu com os
comandantes do exército para que pudesse participar do confronto, dando
auxílio aos doentes e feridos, posto que, na época, era direcionado a
médicos e mulheres pobres sem família.
Conseguindo a permissão,
Anna se estabeleceu em várias cidades onde as tropas brasileiras
avançavam, como Salto, Corrientes, Humaitá e Assunção. Além de
frequentar hospitais militares, ela atendia soldados e civis feridos no
front de batalha. Não fazia distinção entre brasileiros e paraguaios,
dizia que sua função era cuidar, independente de quem fosse o ferido e
doente. Em um determinado momento da vida nos campos de batalha, Nery
passou a trabalhar com a conscientização e a higienização dos ambientes
para evitar doenças infectocontagiosas ou moléstias graves como a cólera
e febre amarela, patologias que dizimavam tropas diariamente.
Anna também viu um de seus filhos e o sobrinho morrerem em campo de batalha.
Salvou muitas vidas e foi considerada como uma das fundadoras da
enfermagem no mundo. Ela foi contemporânea de Florence Nightingale,
inglesa considerada fundadora da profissão. Sua fama não é conhecida
internacionalmente, talvez por conta da pequena relevância mundial que a
Guerra do Paraguai teve, mas Anna é lembrada até hoje como símbolo de
cuidado e de uma das mais belas e necessárias profissões que existem: a
enfermagem.
Texto - Joel Paviotti
Nenhum comentário:
Postar um comentário