Como várias das divindades egípcias, Hator também se mostrava cruel e devastadora, dona de uma fúria sem igual, segundo contam algumas lendas, como esta que tenta explicar a mudança de estação:
Após uma violenta discussão com seu pai, Rá, Hator se refugia no
deserto, deixando que as trevas tomassem a terra, por que o sol só
voltaria a seu lugar de origem, apenas se a deusa voltasse ao Egito. A
terra ficou nas trevas até que Rá, persuadiu-a e a trouxe de volta,
trazendo de volta a luz a terra.
Outra narrativa, muito antiga, do
princípio dos tempos, da gênese egípcia diz que a humanidade, pela
primeira vez, se volta contra a vontade divina (a descoberta do livre
arbítrio pelo homem). Indignado pela humanidade tê-lo desobedecido, Rá
decide massacrá-la. Então enviou sua filha Hator para castigar a
humanidade. E Hator tomada de uma fúria incontrolável começou a dizimar a
humanidade, esse fato, da deusa do amor se tornar violenta, deu origem a
outra deusa, Sekhmet, a Deusa Leoa. O Amor de Hator, e o ódio de
Sekhmet, a dualidade da personalidade da deusa (Hator /Sekhmet – A Leoa
que aniquila, sem piedade, os inimigos de seu pai Rá. Hator vaca –
Poderosa soberana do amor, do renascimento e da própria vida).
Sekhmet se tornou a deusa da guerra e das batalhas e das doenças, deusa
em forma de leoa. Rá compadeceu da humanidade, mas a deusa leoa
Hator/Sekhmet estava cega de fúria e dizimava os homens implacavelmente.
Rá então decide salvar o que restou dos homens e manda fabricar uma
enorme quantidade de cerveja e coloca um corante vermelho, da cor de
sangue, chamado “didi” para embriagar e acalmar a furiosa deusa. . Deste
modo, convida a sua filha a sorver a cerveja cor de sangue, que, além
de embriagá-la, lança-a num sono profundo. Ao despertar, a sua cólera
insaciável havia-se desvanecido, pelo que os derradeiros sobreviventes
da sua chacina permaneceram incólumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário