Em SALVADOR, entre a noite do dia 24 e a madrugada do dia santo de 25
de janeiro de 1835, na Província da Bahia, a REVOLTA DOS MALÊS estava
nas ruas.
Ela integrou um grande ciclo de rebeliões ocorridas na
Bahia desde o início do século XIX e que se estenderam até o ano de
1844.
A Revolta dos Malês demonstrou que os cativos, naquela
região, consolidaram uma tradição de resistência em face dos seus
senhores. Seu programa político era a conquista da liberdade, sendo
meticulosamente planejado, com uma
definição de passos para a alcançar objetivos estratégicos e a criação,
inclusive, de um fundo, ao longo do tempo, para custear as despesas da
revolta.
A causa da derrota
dos insurretos foi a perda do elemento surpresa, pois uma delação
(sobre a iminente revolta), na noite do dia 24 de janeiro, chegou aos
ouvidos do juiz de paz. As devidas medidas foram tomadas e as forças
policiais caíram em campo.
Diversos confrontos ocorreram na noite
do dia 24 de janeiro, mas os escravos foram derrotados já na madrugada
do dia 25 de janeiro.
No mais heroico embate, quarenta escravos
morreram. Foram presos mais de 250 escravos e libertos. Houve imposição
de intensa lei marcial, sobretudo à noite.
O medo da repetição de uma insurreição escrava como essa deu origem à criação da pavorosa Lei nº 04, de 10 de junho de 1835.
O Manual Jurídico da Escravidão adentra no medo de uma grande
insurreição escrava e analisa em detalhes a Lei nº 04, de 10 de junho de
1835, que criou um procedimento sumário para condenação dos escravos.
Uma publicação da Paco Editorial:
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