Barriga, em Quilombo dos Palmares, capitania de Pernambuco, atual União de Palmares.
Aos seis anos de idade, foi aprisionado pela expedição do Bandeirante
branco Brás da Rocha Cardoso e entregue aos cuidados do Padre Antônio
Melo, foi batizado com o nome de Francisco e educado segundo os
preceitos cristãos, se tornando auxiliar do religioso. Zumbi aprendeu
desde cedo a organizar missas e as liturgias da igreja católica. Aos 10
anos, já era fluente em Português e Latim, com 16 anos, conseguiu
regressar ao lar, em Palmares, onde encontrou seu tio Ganga Zumba,
principal líder do Quilombo. Aguerrido e com características de um
grande líder, Zumbi aos poucos foi galgando posições até chegar ao posto
de principal responsável militar pela resistência negra contra as
investidas portuguesas.
Contrariando Ganga Zumba, que visava um
acordo de paz com os donos do poder em Pernambuco, Zumbi contra se opõe
ao tio e inicia uma guerra interna dentro do Quilombo. Após a morte de
Zumba, especula-se que foi envenenado por adversários ligados a Zumbi e
sua esposa Dandara, Zumbi se torna líder máximo de Palmares e inicia uma
campanha de resistência às investidas portuguesas em terras Palmerinas.
O líder treinou um exército especialista no domínio territorial,
técnicas de capoeira, camuflagem e uso de lanças.
Apesar das
intensas investidas portuguesas, a resistência organizada por Zumbi
durou aproximadamente 14 anos. Palmares era uma região quase do tamanho
de Portugal, que abrigava mais de 30 mil pessoas. Os negros resistentes,
que habitavam a localidade, eram vistos como uma população endemoniada,
preguiçosa, que fugiu para os Quilombos não em busca de liberdade, mas
para escapar do trabalho.
Em 1694, uma expedição com muitos homens,
organizada e liderada por Domingos Jorge Velho, conseguiu finalmente
adentrar Palmares e derrotar as tropas de Zumbi. O líder negro conseguiu
fugir, mas foi capturado um ano depois e morto no dia 20 de Novembro de
1695. Para servir como exemplo, foi decapitado e teve sua cabeça
salgada e enviada para Recife, capital de Pernambuco, onde foi exposta
em praça pública para servir de exemplo, como um símbolo da consequência
gerada por enfrentar a majestade portuguesa, os donos de engenho e
grandes escravistas.
A data de sua morte foi adotada pelo Brasil
como dia da Consciência Negra e Zumbi se tornou um forte símbolo do
empoderamento negro no Brasil e de resistência e luta contra o racismo.
Mesmo com movimentos conservadores tentando, a partir de novas
releituras sobre a vida do líder, desqualificar seus feitos através de
apontamentos de falhas éticas e de fatos interpretados de forma
anacrônica, Zumbi ainda povoa o imaginário popular e é inegavelmente o
maior nome negro da nossa história.
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