quinta-feira, 6 de junho de 2019

Pedra de Rosetta: A chave do passado.

No meio do caminho tinha uma pedra: um bloco de quase 760 quilos na rota dos soldados franceses que ocupavam o Egito em julho de 1799, numa expedição liderada pelo temido general Napoleão Bonaparte. O tablete cinzento de 114 cm x 72 cm apareceu quando eles cavavam trincheiras a leste de Alexandria, perto da cidade de El-Rashid, chamada de Rosetta pelos ocidentais. A pedra estava caída no chão, como uma lápide semi-enterrada. Uma versão menos aceita entre os historiadores dá conta de que ela estava incrustada num muro que os militares demoliam.
Seja como for, a Pedra de Rosetta chamou atenção de imediato porque tinha gravadas três escritas diferentes. Coordenador das obras, o capitão Pierre-François Bouchard sabia que uma das grafias era o grego. Embora não identificasse bem quais eram as outras — o hieróglifo e o demótico —, ele suspeitou da importância do artefato e o enviou para o Cairo, onde cientistas franceses estavam reunidos. Os sábios confirmaram o palpite: pela primeira vez, um texto em grego aparecia junto com hieróglifos. Assim, a pedra poderia ser a chave para entender a escrita sagrada dos faraós.
Esses sinais tinham marcado a paisagem urbana do Egito por mais de 3 mil anos, até desaparecerem no século 4. Diversos pesquisadores já haviam tentado decifrá-los, sem sucesso. Inúmeras perguntas sobre a civilização egípcia permaneciam sem resposta. Quais eram os faraós que ergueram aqueles templos gigantescos? Para que construíam suas tumbas? Por que preservavam os mortos?

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