No meio do caminho tinha uma pedra: um bloco de quase 760 quilos na
rota dos soldados franceses que ocupavam o Egito em julho de 1799, numa
expedição liderada pelo temido general Napoleão Bonaparte. O tablete
cinzento de 114 cm x 72 cm apareceu quando eles cavavam trincheiras a
leste de Alexandria, perto da cidade de El-Rashid, chamada de Rosetta
pelos ocidentais. A pedra estava caída no chão, como uma lápide
semi-enterrada. Uma versão menos aceita entre os historiadores dá conta
de que ela estava incrustada num muro que os militares demoliam.
Seja
como for, a Pedra de Rosetta chamou atenção de imediato porque tinha
gravadas três escritas diferentes. Coordenador das obras, o capitão
Pierre-François Bouchard sabia que uma das grafias era o grego. Embora
não identificasse bem quais eram as outras — o hieróglifo e o demótico
—, ele suspeitou da importância do artefato e o enviou para o Cairo,
onde cientistas franceses estavam reunidos. Os sábios confirmaram o
palpite: pela primeira vez, um texto em grego aparecia junto com
hieróglifos. Assim, a pedra poderia ser a chave para entender a escrita
sagrada dos faraós.
Esses sinais tinham marcado a paisagem urbana
do Egito por mais de 3 mil anos, até desaparecerem no século 4. Diversos
pesquisadores já haviam tentado decifrá-los, sem sucesso. Inúmeras
perguntas sobre a civilização egípcia permaneciam sem resposta. Quais
eram os faraós que ergueram aqueles templos gigantescos? Para que
construíam suas tumbas? Por que preservavam os mortos?
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