Brasil, inicio do Século XIX, a vilas das pequenas cidades eram
tomadas pela falta de higiene básica. Para se ter uma ideia, a palavra
que conceitua limpeza nem existia vocabulário nacional.
Geralmente,
os dejetos(fezes, sangue, urina) eram excretados do corpo, dentro das
casas, em buracos ou baldes e, alçados, através janela, para as ruas.
Não era raro alguém passar em frente a um desses sobrados e ser alvejado por uma quantidade significativa de dejetos.
Vendo a situação se agravar, governantes fizeram leis e passaram a multar quem realizasse esse tipo de prática.
A partir dessas leis, a população passou a guardar os dejetos em barris
e deixa-los, geralmente, ao lado das casas. Pessoas escravizadas
ficaram encarregadas de dar fim aos excrementos. Foi nesse momento que
nasceu um das piores funções da nossa história, a de "carregadores de
dejetos" ou "Escravos Tigres", como ficaram conhecidos.
Esses
trabalhadores passavam duas vezes por semana nas casas das vilas e
carregavam barris, lotados até a boca, até os rios ou córregos mais
próximos da localidade, onde tudo seria despejado.
Ao longo da
caminhada os dejetos caiam em seus corpos e manchavam suas peles(manchas
parecidos com listras). As pessoas se afastavam dos Tigres, como se
fossem animais selvagens. Essas especificidades de trabalho lhes
renderam o mesmo nome dado aos felinos listrados.
Ao final do dia, após despejar de 30 a 40 barris cada um, eles voltavam às senzalas e nem banho conseguiam tomar.
A função de carregador de dejetos continuou até mesmo depois da
libertação dos Escravizados, pois, a maioria da população negra não teve
oportunidade de melhores empregos.
Texto - Joel Paviotti
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