Kim contou à BBC sua experiência:
"Em 1972, os americanos lançaram uma bomba de napalm em meu povoado, no
sul do Vietnã. Um fotógrafo tirou uma foto minha fugindo do fogo, a
foto que hoje é tão famosa. Eu me lembro que tinha 9 anos, era apenas
uma menina. Naquela noite, nós do povoado havíamos ouvido que os
vietcongues estavam vindo e que eles queriam usar a vila como base.
Então, quando já era dia, eles vieram e iniciaram os combates no
povoado. Nós estávamos muito assustados. Eu me lembro que minha família
decidiu procurar abrigo em um templo, porque nós acreditávamos que lá
era um lugar sagrado. Nós acreditávamos que, se nos escondêssemos lá,
estaríamos a salvo. Eu não cheguei a ver a explosão da bomba de napalm;
só me lembro que, de repente, eu vi o fogo me cercando. De repente,
minhas roupas todas pegaram fogo, e eu sentia as chamas queimando meu
corpo, especialmente meu braço. Naquele momento, passou pela minha
cabeça que eu ficaria feia por causa das queimaduras, que eu não ia mais
ser uma criança como as outras. Eu estava apavorada, porque de repente
não vi mais ninguém perto de mim, só fogo e fumaça. Eu estava chorando
e, milagrosamente, ao correr meus pés não ficaram queimados. Só sei que
eu comecei a correr, correr e correr. Meus pais não conseguiriam escapar
do fogo, então eles decidiram voltar para o templo e continuar
abrigados por lá. Minha tia e dois de meus primos morreram. Um deles
tinha 3 anos e o outro só 9 meses, eram dois bebês. Então, eu atravessei
o fogo."
—Kim Phuc
—Kim Phuc
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