Ada Leda Rogato foi uma pioneira da aviação no Brasil. Foi a
primeira mulher a obter licença como paraquedista, a primeira
volovelista e a terceira a se brevetar em avião. Também se destacou
pelas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Foi o
primeiro piloto – entre homens e mulheres – a sobrevoar a selva
amazônica em avião de pequeno porte, sem rádio e em voo solitário.
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Ada nasceu em 2 de dezembro de 1920, em São Paulo (SP), filha de Maria
Rosa Grecco Rogato e Guilherme Rogato. Realizou quatro cursos de
aviação, todos oficializados pela Diretoria de Aeronáutica Civil do
Ministério da Aeronáutica, sendo habilitada em 1936.
Em 1950, Ada
percorreu quatro países da América do Sul – Paraguai, Chile, Argentina e
Uruguai – e sobrevoou, por duas vezes, a cordilheira dos Andes,
pilotando um avião de pequena potência fabricado no Brasil; em 15 de
abril, saltou de paraquedas no aeroporto de Santiago do Chile. Por tais
feitos, foi a primeira aviadora brasileira a receber a Comenda Nacional
de Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro.
Em 1951, voou
sozinha pelas três Américas, façanha que a inscreveu na história como a
primeira aviadora do mundo a percorrer quilometragem tão vasta em voo
solitário.
Recebeu do governo chileno a condecoração Bernardo
O’Higgins, no grau de oficial e, do governo colombiano, a medalha Asas
da Força Aérea Colombiana. Em seu retorno ao Brasil, recebeu do então
ministro da Aeronáutica, brigadeiro Nero Moura, a comenda Asas da Força
Aérea Brasileira e, da FAB, o título de Piloto Honoris Causa.
Em
1952, pilotando seu avião Brasil, partiu de São Paulo e atingiu o
aeroporto de La Paz, o mais alto do mundo, a 4.071m de altura. Entre
outras homenagens, recebeu do governo boliviano a condecoração Condor
dos Andes, no grau de Cavaleiro. Segundo documento da Aeronáutica nunca
outro piloto tentara pousar naquela altitude com um avião de potência
tão baixa. Foi também a primeira aviadora a receber a condecoração Asas
da Força Aérea Boliviana.
No dia 15 de junho de 1956, em missão
oficial do governo do estado de São Paulo, fez, sozinha, no mesmo avião –
o Brasil –, uma visita a todas as capitais dos estados e territórios,
sobrevoando, inclusive, a Amazônia. Foi o primeiro piloto – entre homens
e mulheres – a sobrevoar a selva amazônica em avião de pequeno porte,
sem rádio e em voo solitário. Em 1960, o Aero Clube Argentino
homenageou-a com o diploma de sócia honorária. Na mesma ocasião, ganhou
um troféu por ter sido a primeira aviadora a aterrissar na cidade de
Ushuaia, na Terra do Fogo.
Durante sua carreira de aviadora foi
condecorada com 35 medalhas, de várias instituições e países. Obteve
seis taças em competições aéreas e de paraquedismo, além de 14 troféus
em bronze. Como paraquedista, foi a primeira brasileira a saltar de um
helicóptero, durante a festa da Aviação na cidade de Barretos (SP), e a
primeira a saltar no exterior. Ada fez muitas façanhas no céu e realizou
vários voos pioneiros.
Ada Rogato morreu em São Paulo, vítima de
câncer, em 15 de novembro de 1986, aos 76 anos; o corpo foi velado no
Museu da Aeronáutica, o cortejo foi acompanhado pela Esquadrilha da
Fumaça. Seu corpo foi exumado em 1993 e seus restos mortais transferidos
para o ossário do Cemitério de Santana onde, tristemente, permanecem
num jazigo anônimo, identificado apenas pelo nº 368 que foi gravado à
mão, no cimento ainda fresco, indicando a gaveta que ocupa no Bloco E.
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FONTES: Arquivo da Fundação Santos Dumont, arquivo pessoal de Paulo
Resende; Curriculum Vitae de Ada Rogato; La Nación, 16.4.1950; Luci
Lúpia P. Balthazar, Voo proibido; Maria Lígia Madureira Pina, A mulher
na história; Revista do IHG/SP, vol. LVI, 1959; Wikipedia
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