sábado, 15 de junho de 2019

15 de abril de 1950 - Ada Rogato salta de paraquedas no aeroporto de Santiago do Chile.

Ada Leda Rogato foi uma pioneira da aviação no Brasil. Foi a primeira mulher a obter licença como paraquedista, a primeira volovelista e a terceira a se brevetar em avião. Também se destacou pelas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Foi o primeiro piloto – entre homens e mulheres – a sobrevoar a selva amazônica em avião de pequeno porte, sem rádio e em voo solitário.
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Ada nasceu em 2 de dezembro de 1920, em São Paulo (SP), filha de Maria Rosa Grecco Rogato e Guilherme Rogato. Realizou quatro cursos de aviação, todos oficializados pela Diretoria de Aeronáutica Civil do Ministério da Aeronáutica, sendo habilitada em 1936.
Em 1950, Ada percorreu quatro países da América do Sul – Paraguai, Chile, Argentina e Uruguai – e sobrevoou, por duas vezes, a cordilheira dos Andes, pilotando um avião de pequena potência fabricado no Brasil; em 15 de abril, saltou de paraquedas no aeroporto de Santiago do Chile. Por tais feitos, foi a primeira aviadora brasileira a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro.
Em 1951, voou sozinha pelas três Américas, façanha que a inscreveu na história como a primeira aviadora do mundo a percorrer quilometragem tão vasta em voo solitário.
Recebeu do governo chileno a condecoração Bernardo O’Higgins, no grau de oficial e, do governo colombiano, a medalha Asas da Força Aérea Colombiana. Em seu retorno ao Brasil, recebeu do então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Nero Moura, a comenda Asas da Força Aérea Brasileira e, da FAB, o título de Piloto Honoris Causa.
Em 1952, pilotando seu avião Brasil, partiu de São Paulo e atingiu o aeroporto de La Paz, o mais alto do mundo, a 4.071m de altura. Entre outras homenagens, recebeu do governo boliviano a condecoração Condor dos Andes, no grau de Cavaleiro. Segundo documento da Aeronáutica nunca outro piloto tentara pousar naquela altitude com um avião de potência tão baixa. Foi também a primeira aviadora a receber a condecoração Asas da Força Aérea Boliviana.
No dia 15 de junho de 1956, em missão oficial do governo do estado de São Paulo, fez, sozinha, no mesmo avião – o Brasil –, uma visita a todas as capitais dos estados e territórios, sobrevoando, inclusive, a Amazônia. Foi o primeiro piloto – entre homens e mulheres – a sobrevoar a selva amazônica em avião de pequeno porte, sem rádio e em voo solitário. Em 1960, o Aero Clube Argentino homenageou-a com o diploma de sócia honorária. Na mesma ocasião, ganhou um troféu por ter sido a primeira aviadora a aterrissar na cidade de Ushuaia, na Terra do Fogo.
Durante sua carreira de aviadora foi condecorada com 35 medalhas, de várias instituições e países. Obteve seis taças em competições aéreas e de paraquedismo, além de 14 troféus em bronze. Como paraquedista, foi a primeira brasileira a saltar de um helicóptero, durante a festa da Aviação na cidade de Barretos (SP), e a primeira a saltar no exterior. Ada fez muitas façanhas no céu e realizou vários voos pioneiros.
Ada Rogato morreu em São Paulo, vítima de câncer, em 15 de novembro de 1986, aos 76 anos; o corpo foi velado no Museu da Aeronáutica, o cortejo foi acompanhado pela Esquadrilha da Fumaça. Seu corpo foi exumado em 1993 e seus restos mortais transferidos para o ossário do Cemitério de Santana onde, tristemente, permanecem num jazigo anônimo, identificado apenas pelo nº 368 que foi gravado à mão, no cimento ainda fresco, indicando a gaveta que ocupa no Bloco E.
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FONTES: Arquivo da Fundação Santos Dumont, arquivo pessoal de Paulo Resende; Curriculum Vitae de Ada Rogato; La Nación, 16.4.1950; Luci Lúpia P. Balthazar, Voo proibido; Maria Lígia Madureira Pina, A mulher na história; Revista do IHG/SP, vol. LVI, 1959; Wikipedia

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