Martinho Lutero foi um monge agostiniano e professor de teologia
germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante.
Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano,
contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser
adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial
resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1517, em um contexto
de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel.
Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em
1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua
excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação pelo imperador do Sacro
Império Romano Germânico.
Lutero propôs, com base em sua
interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de
Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas
obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em
Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente
oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade
papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras
(sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade
revelada por Deus. Aqueles que se identificaram com os ensinamentos de
Lutero acabaram sendo chamados de luteranos.
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