Mas haveria mais cinco anos de derramamento de sangue até que a Espanha
fosse tocada das costas latino-americanas. No final dessa guerra
selvagem e martirizante, um homem seria creditado por conceber,
organizar e liderar sozinho a libertação de seis nações, abrangendo uma
população uma vez e meia maior que a da América do Norte e uma área
contígua de terra do tamanho da Europa moderna.
As adversidades que ele enfrentava — uma formidável potência mundial consolidada, as vastidões ermas e não trilhadas, as lealdades fracionadas de várias raças — teriam se mostrado desanimadoras para o mais capaz dos generais com exércitos poderosos ao seu dispor. Bolívar, no entanto, jamais fora soldado. Não tinha nenhuma formação militar formal. No entanto, com pouco mais do que determinação e um dom para a liderança, ele libertou boa parte da América espanhola e estendeu seu sonho para um continente unificado.
Quando a fama de Bolívar cresceu, ele ficou conhecido como o George Washington da América do Sul. Havia boas razões para tal. Ambos vieram de famílias abastadas e influentes. Ambos foram ardentes defensores da liberdade. Ambos foram heroicos na guerra, mas temerosos quanto à condução da paz. Ambos resistiram aos esforços para que se tornassem reis. Ambos afirmaram o desejo de retornar à vida privada, mas foram chamados a formar governos. Ambos foram acusados de ambição desmedida.
As semelhanças terminam aí. A campanha militar de Bolívar durou duas vezes mais que a de Washington. O território que ele cobriu era sete vezes mais vasto e abarcava uma diversidade geográfica assombrosa: desde selvas infestadas de crocodilos até extensões dos Andes cobertas de neve. Ademais, à diferença da guerra de Washington, a de Bolívar não poderia ter sido vitoriosa sem o auxílio de tropas de negros e indígenas; seu êxito ao mobilizar todas as raças para a causa patriótica se tornou um momento decisivo na guerra pela independência. É correto dizer que ele liderou tanto uma revolução quanto uma guerra civil.
Bolívar, de Marie Arana
As adversidades que ele enfrentava — uma formidável potência mundial consolidada, as vastidões ermas e não trilhadas, as lealdades fracionadas de várias raças — teriam se mostrado desanimadoras para o mais capaz dos generais com exércitos poderosos ao seu dispor. Bolívar, no entanto, jamais fora soldado. Não tinha nenhuma formação militar formal. No entanto, com pouco mais do que determinação e um dom para a liderança, ele libertou boa parte da América espanhola e estendeu seu sonho para um continente unificado.
Quando a fama de Bolívar cresceu, ele ficou conhecido como o George Washington da América do Sul. Havia boas razões para tal. Ambos vieram de famílias abastadas e influentes. Ambos foram ardentes defensores da liberdade. Ambos foram heroicos na guerra, mas temerosos quanto à condução da paz. Ambos resistiram aos esforços para que se tornassem reis. Ambos afirmaram o desejo de retornar à vida privada, mas foram chamados a formar governos. Ambos foram acusados de ambição desmedida.
As semelhanças terminam aí. A campanha militar de Bolívar durou duas vezes mais que a de Washington. O território que ele cobriu era sete vezes mais vasto e abarcava uma diversidade geográfica assombrosa: desde selvas infestadas de crocodilos até extensões dos Andes cobertas de neve. Ademais, à diferença da guerra de Washington, a de Bolívar não poderia ter sido vitoriosa sem o auxílio de tropas de negros e indígenas; seu êxito ao mobilizar todas as raças para a causa patriótica se tornou um momento decisivo na guerra pela independência. É correto dizer que ele liderou tanto uma revolução quanto uma guerra civil.
Bolívar, de Marie Arana
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