O mais recente doodle da Google,
que estava em exibição na página inicial no Brasil, homenageia Milton
Santos, geógrafo brasileiro reconhecido mundialmente e reverenciado com
destaque por conta de seus trabalhos que uniram a Geografia aos estudos
de urbanização em países em desenvolvimento.
Com sólida produção, Milton deixou uma vasta herança intelectual, hoje reunido no site produzido por sua família,
classificados em biografias, livros, artigos, pesquisas e materiais
audiovisual que mantém vivo o legado desta importante figura no cenário
da Geografia e estudos urbanísticos.
Milton Santos é presença frequente nas listas de referências
bibliográficas em dissertações, teses e pesquisas sob o tema Cidades no
Brasil. No que rege ao quadro do urbanismo, o autor tem livros
importantíssimos, tais como Geografía y economía urbanas en los países subdesarrollados (1973); A cidade nos países subdesenvolvidos (1965); Pobreza urbana (1978); O espaço dividido – Os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos (1979); A urbanização desigual (1980); Manual de Geografia urbana (1981); Ensaios sobre a urbanização latino-americana (1982); O meio técnico-científico e a redefinição da urbanização brasileira (1986); O Período Técnico-Científico e os estudos geográficos: problemas da urbanização brasileira (1989); e A urbanização brasileira (1993).
Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1948 e
doutor em Geografia pela Université de Strasbourg, na França, em 1958,
começou atuar como docente a partir da segunda metade dos anos 50, logo
após conclusão do trabalho de doutorado, onde inicia o embrião de seu
trabalho independente enquanto pesquisador. Retornando ao Brasil é nesse
período que cria o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais,
mantendo conexões aos mestres franceses.
Junto à vida acadêmica enquanto docente, atua paralelamente nos
campos do jornalismo e política. Em 1961 viaja a Cuba como editor do
Jornal A tarde adjunto a comitiva do presidente Jânio Quadros,
onde é convidado ao cargo de subchefe da casa civil na Bahia. Dois anos
mais tarde, é nomeado presidente da Comissão de Planejamento Econômico
(CPE), tratando temas ligados ao planejamento regional, urbano,
econômico e político enquanto estratégias, mas, deixa-o em 1964 em
decorrência do Golpe Militar, quando foi preso. Foi solto meses depois,
onde partiu para França a convite da Universidade de Toulouse-Le Mirail,
permanecendo por 13 anos e onde receberia o primeiro título de Doutor Honoris Causa.
Na década de 1970 transfere-se ao Canadá, unindo-se à equipe docente
da Universidade de Toronto e posteriormente transferindo-se aos Estados
Unidos, onde entra para equipe de pesquisa do Massachusetts Institute of
Technology (MIT), período este em que inicia sua obra-prima, O Espaço Dividido.
Dentro de um curto espaço de tempo após passagem pelo MIT,
retorna à América do Sul, onde se escabele na Venezuela sob o cargo de
diretor de pesquisa em planejamento da urbanização para um programa da
ONU. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação
em Geografia da Universidade de Dar es Salaam, local onde permanece por
dois anos, quando recebe convite da Universidade de Campinas.
Retornando ao país de origem em meados de 1976, Santos passa por uma
turbulência de empasses quanto a contratação por parte de universidades e
órgãos brasileiros, dado condições político-administrativas instáveis,
onde nega convites externos e se estabelece como consultor de
planejamento do estado de São Paulo e Empresa Paulista de Planejamento
Metropolitano (Emplasa), estabelecendo uma série de pesquisas na
conciliação entre Geografia e Educação, tornando-se um dos responsáveis
pela nova estruturação do ensino da disciplina no país.
Ao longo dos anos, recebeu uma série de honrarias e titulações, com destaque a 20 titulos como Doutor Honoris Causa em
universidades de todo o mundo; Prêmio Internacional de Geografia
Vautrin Lud (1994); Medalha do Mérito pela Universidad de La Habana
(1994); Ordem Nacional do Mérito Científico como Comendador (1995);
Medalha da Câmara Municipal de São Paulo (1995
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