quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A PIRÂMIDE DE MEIDUM.

O último rei da III dinastia, o faraó Huni, cujo reinado se estendeu aproximadamente entre 2599 e 2575 a.C., mandou construir uma pirâmide de degraus em Meidum, próximo da região do Faium. Inicialmente o monumento era composto por sete degraus. Posteriormente acrescentou-se mais um, tendo a pirâmide atingido a altura de 93,5 metros, o que corresponde a um prédio de 30 andares. Finalmente, mas já no reinado do primeiro faraó da IV dinastia, Snefru (c. 2575 a 2551 a.C.), e por razões que desconhecemos, os degraus foram preenchidos com pedras e aplicou-se um revestimento externo de pedra calcária polida em toda a estrutura, para transformá-la em uma pirâmide propriamente dita, a primeira que se tentou construir no Egito. Os lados do monumento, em sua base, medem aproximadamente 137 metros.
A entrada para a pirâmide localiza-se na sua face norte. A partir de um ponto situado pouco acima daquilo que seria primitivamente o primeiro degrau, parte um corredor descendente que penetra inicialmente na pirâmide e depois no solo rochoso. A uma distância de cerca de 58 metros da entrada, o declive cessa e o corredor continua em nível, por sob a pirâmide, por mais nove metros. Nesse ponto projeta-se para cima um poço vertical que atinge o solo da câmara funerária. Essa foi erigida com pedra calcária, parcialmente no terreno rochoso e parcialmente no interior da pirâmide, e mede seis metros por dois metros e 60 centímetros. Seu teto é constituído por camadas de pedra parcialmente sobrepostas, formando uma abóbada escalonada, enquanto que o solo é pavimentado também com lajes de calcário. Em seu interior nenhum sarcófago foi encontrado.
Encostado no centro da face leste da pirâmide encontra-se o templo mortuário edificado com pedra calcária. Construção simples, ocupa área de cerca de 10 m² e sua altura máxima é de dois metros e 70 centímetros. É formado por apenas três compartimentos, sem qualquer decoração nas paredes. Em seu interior há um altar baixo de calcário, destinado à oferenda diária de comida e bebida para o rei morto. De cada lado do altar ergue-se uma alta laje monolítica de topo arredondado, montadas em bases retangulares e nas quais não existe qualquer inscrição, o que denota que o edifício não foi concluído.
Na pirâmide de Meidum não existe qualquer inscrição que indique quem a mandou construir. Por indícios, os arqueólogos atribuem a primeira fase de sua construção ao faraó Huni. Entretanto, os egípcios antigos atribuíam a obra a Snefru. No interior do templo mortuário foram encontrados grafitos nas paredes e um deles, datado da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.), diz o seguinte:
No 12º dia do quarto mês do verão, no 41º ano do reinado de Tutmósis III, o escriba As-Kheper-Re-senb, filho de Amenmesu (o escriba e ritualista do falecido rei Tutmósis I), veio ver o magnífico templo do rei Snefru. Achou-o como se o céu estivesse dentro dele e como se o Sol nele brilhasse. Então ele disse: "Possa o céu chover mirra fresca, possa o céu gotejar incenso sobre o telhado do templo do rei Snefru."
Um espaço aberto medindo cerca de 24 metros de comprimento separa o templo mortuário da muralha que cerca o conjunto. Nela, na direção aproximada da entrada do templo, existe uma abertura estreita que conduz a uma calçada, a qual liga a área da pirâmide com uma construção situada na orla do vale. Atualmente destruída, a calçada media 214 metros de comprimento e estava assentada em um leito de três metros de largura cavado no substrato rochoso da região. De cada lado da calçada erguia-se uma parede de pedra com dois metros de altura, cuja espessura diminuia de um metro e 50 centímetros na base para um metro e 20 centímetros no topo. A calçada não era coberta e em cada uma de suas paredes havia apenas uma porta localizada junto à muralha que cercava a pirâmide. Tais portas permitiam que se entrasse no corredor pelos lados leste ou oeste, sem que fosse necessário atingir o templo do vale para alcançar o recinto da pirâmide. Por outro lado, junto ao templo do vale o corredor da calçada era bloqueado por uma porta dupla, cujo objetivo, provavelmente, era o de impedir que pessoas não autorizadas pudessem prosseguir além daquele ponto em direção ao templo mortuário.
IMAGEM: Pirâmide de Meidum.
Referência Fascínio Egito.
URL: http://goo.gl/hpVQff

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