O último rei da III dinastia, o faraó Huni, cujo reinado se estendeu
aproximadamente entre 2599 e 2575 a.C., mandou construir uma pirâmide
de degraus em Meidum, próximo da região do Faium. Inicialmente o
monumento era composto por sete degraus. Posteriormente acrescentou-se
mais um, tendo a pirâmide atingido a altura de 93,5 metros, o que
corresponde a um prédio de 30 andares. Finalmente, mas já no reinado do
primeiro faraó da IV dinastia, Snefru (c. 2575 a 2551 a.C.), e por
razões que desconhecemos, os degraus foram preenchidos com pedras e
aplicou-se um revestimento externo de pedra calcária polida em toda a
estrutura, para transformá-la em uma pirâmide propriamente dita, a
primeira que se tentou construir no Egito. Os lados do monumento, em sua
base, medem aproximadamente 137 metros.
A entrada para a pirâmide localiza-se na sua face norte. A partir de um
ponto situado pouco acima daquilo que seria primitivamente o primeiro
degrau, parte um corredor descendente que penetra inicialmente na
pirâmide e depois no solo rochoso. A uma distância de cerca de 58 metros
da entrada, o declive cessa e o corredor continua em nível, por sob a
pirâmide, por mais nove metros. Nesse ponto projeta-se para cima um poço
vertical que atinge o solo da câmara funerária. Essa foi erigida com
pedra calcária, parcialmente no terreno rochoso e parcialmente no
interior da pirâmide, e mede seis metros por dois metros e 60
centímetros. Seu teto é constituído por camadas de pedra parcialmente
sobrepostas, formando uma abóbada escalonada, enquanto que o solo é
pavimentado também com lajes de calcário. Em seu interior nenhum
sarcófago foi encontrado.
Encostado no centro da face leste da
pirâmide encontra-se o templo mortuário edificado com pedra calcária.
Construção simples, ocupa área de cerca de 10 m² e sua altura máxima é
de dois metros e 70 centímetros. É formado por apenas três
compartimentos, sem qualquer decoração nas paredes. Em seu interior há
um altar baixo de calcário, destinado à oferenda diária de comida e
bebida para o rei morto. De cada lado do altar ergue-se uma alta laje
monolítica de topo arredondado, montadas em bases retangulares e nas
quais não existe qualquer inscrição, o que denota que o edifício não foi
concluído.
Na pirâmide de Meidum não existe qualquer inscrição
que indique quem a mandou construir. Por indícios, os arqueólogos
atribuem a primeira fase de sua construção ao faraó Huni. Entretanto, os
egípcios antigos atribuíam a obra a Snefru. No interior do templo
mortuário foram encontrados grafitos nas paredes e um deles, datado da
XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.), diz o seguinte:
No 12º dia
do quarto mês do verão, no 41º ano do reinado de Tutmósis III, o escriba
As-Kheper-Re-senb, filho de Amenmesu (o escriba e ritualista do
falecido rei Tutmósis I), veio ver o magnífico templo do rei Snefru.
Achou-o como se o céu estivesse dentro dele e como se o Sol nele
brilhasse. Então ele disse: "Possa o céu chover mirra fresca, possa o
céu gotejar incenso sobre o telhado do templo do rei Snefru."
Um
espaço aberto medindo cerca de 24 metros de comprimento separa o templo
mortuário da muralha que cerca o conjunto. Nela, na direção aproximada
da entrada do templo, existe uma abertura estreita que conduz a uma
calçada, a qual liga a área da pirâmide com uma construção situada na
orla do vale. Atualmente destruída, a calçada media 214 metros de
comprimento e estava assentada em um leito de três metros de largura
cavado no substrato rochoso da região. De cada lado da calçada erguia-se
uma parede de pedra com dois metros de altura, cuja espessura diminuia
de um metro e 50 centímetros na base para um metro e 20 centímetros no
topo. A calçada não era coberta e em cada uma de suas paredes havia
apenas uma porta localizada junto à muralha que cercava a pirâmide. Tais
portas permitiam que se entrasse no corredor pelos lados leste ou
oeste, sem que fosse necessário atingir o templo do vale para alcançar o
recinto da pirâmide. Por outro lado, junto ao templo do vale o corredor
da calçada era bloqueado por uma porta dupla, cujo objetivo,
provavelmente, era o de impedir que pessoas não autorizadas pudessem
prosseguir além daquele ponto em direção ao templo mortuário.
IMAGEM: Pirâmide de Meidum.
Referência Fascínio Egito.
URL: http://goo.gl/hpVQff
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